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Um adepto da festa brava que não fica “indignado” com os toiros de morte

Um adepto da festa brava que não fica “indignado” com os toiros de morte

Marcelo Rebelo de Sousa veio ao Ribatejo participar numa tertúlia onde falou a O MIRANTE sobre o seu gosto pela tauromaquia e defendeu que a região deve apostar na diferenciação, nomeadamente nas áreas da agricultura e do turismo, para trilhar os caminhos do desenvolvimento e aproveitar a proximidade a Lisboa.

O conhecido comentador televisivo Marcelo Rebelo de Sousa considera “incompreensível” o facto de haver pessoas e movimentos que se opõem à realização de touradas em Portugal. Afirmando que não se vê como um “homem das cavernas” ou um “troglodita”, como por vezes são classificados os aficionados pelos activistas anti-touradas, o professor universitário deu o exemplo de Pablo Picasso, que “era um amante de toiros e tinha uma visão de esquerda”, ou do próprio Manuel Alegre, que além de ser político e poeta “é caçador e gosta de touradas”.Apontado como um possível candidato a Presidente da República nas próximas eleições, Marcelo Rebelo de Sousa foi o convidado da primeira Tertúlia do Convento, iniciativa organizada pela Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo, em Virtudes, concelho de Azambuja. Em declarações a O MIRANTE, à margem do evento, disse que viu corridas com os melhores toureiros de todos os tempos, tanto em Portugal como em Espanha, e embora tenha a noção do efeito que a sua opinião pode causar junto das entidades defensoras dos animais, afirma que não é contra os toiros de morte. “Já assisti diversas vezes a faenas sensacionais que terminaram com a morte do toiro, sobretudo em Espanha, e não me lembro de ter ficado indignado com o facto. Em Portugal há quase uma tradição contra isso desde o tempo do Marquês de Marialva”, diz, revelando que é um apreciador da festa brava desde criança.Proximidade de Lisboa é um obstáculoPor outro lado, o professor disse a O MIRANTE, no que toca à política regional, que acredita que as regiões situadas junto à Área Metropolitana de Lisboa (AML), nomeadamente o Ribatejo, têm nessa proximidade um grande e dramático obstáculo. Para ele, as regiões que estão perto da capital, “não sendo Lisboa nem tendo as vantagens da sua área metropolitana, mas também não estando suficientemente longe para terem as vantagens da distância, são muitas vezes esquecidas, quer em investimentos, infra-estruturas ou actividades económicas”.A solução para o desenvolvimento de regiões como o Ribatejo passa por ir criando actividades que sejam diferenciadas, como por exemplo na agricultura. “A criação de gado, por exemplo, ainda tão importante no Ribatejo, é um factor distintivo e que poderá fazer a diferença para a geração de riqueza nesta região”, referiu. Por outro lado, defende que o Ribatejo pode ainda beneficiar da realização de acções conjuntas com a Área Metropolitana de Lisboa, sobretudo no turismo, na gastronomia, na cultura e no desporto náutico.O professor considera ainda que seria importante para Vila Franca de Xira a criação de um pólo universitário tecnológico, público ou privado, com cursos de curta duração, para permitir a fixação dos jovens na região. “O ensino técnico com uma vertente virada para a actividade profissional imediata, com cursos de curta duração, profissionalizantes, poderia ser positivo para Vila Franca de Xira, sobretudo neste período em que estamos a sair da crise”, referiu.Durante a tertúlia, que teve plateia cheia, o professor falou da sua relação com Pedro Santana Lopes e Durão Barroso, deixando passar a ideia que António Guterres só concorrerá às presidenciais pelo Partido Socialista se não tiver outra opção.
Um adepto da festa brava que não fica “indignado” com os toiros de morte

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