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Jovem campeão de badminton não tem clubes na região por quem jogar

Jovem campeão de badminton não tem clubes na região por quem jogar

No distrito de Santarém não há emblemas a participar em campeonatos da modalidade

António Neves é de Ourém mas representa um clube algarvio. Aos 12 anos é campeão na modalidade apesar de contar apenas com o apoio do seu pai, que o treina em instalações próprias.

É de Seiça, Ourém, o único praticante federado da região na modalidade de badminton, mas tem de competir por clubes de outras regiões por não haver associações a praticar a modalidade no distrito de Santarém. Federado desde 2009, António Neves, 12 anos, representa actualmente a Associação Cultural e Desportiva CHE Lagoense, de Lagoa, no Algarve. Antes já integrou o GRAJ - Grupo Recreativo Amigos da Juventude, da Touria, em Leiria, e a Associação Académica de Espinho. António tem no pai o seu principal incentivo. “É o chamado paitrocínio”, confessa Luís Neves com graça a O MIRANTE, no pavilhão que construiu, a expensas próprias, em casa.Reservado mas atento à conversa, que se desenrola sobretudo com o pai, António diz que começou por jogar badminton (um desporto individual ou de dupla semelhante ao ténis e ao vólei de praia praticado com uma raquete e um volante ou peteca) com seis anos, tendo sido a sua primeira experiência competitiva, ainda como atleta não federado, no “6º Momento de Divulgação da FPB” torneio organizado pela Associação de Badminton de Lisboa. O jovem oureense já alcançou diversos títulos Absolutos Regionais e Nacionais (ver caixa) sendo também uma presença frequente em finais no “Circuito Nacional Espanhol” de Badminton. A 4 de Janeiro ganhou o “Master Jóvenes sub13 Y sub17” em A Estrada - Pontevedra, na Galiza, o último torneio em que participou além-fronteiras.Luís Neves conta que o badminton surgiu na sua vida por volta dos 35 anos quando o filho mais velho, Luís André, escolheu este desporto, tendo percorrido toda a formação até aos sub-19. “Chegámos a ir para o Sporting de Tomar que, nesse mesmo ano, acabou com a secção. Mudámos para a Gualdim Pais (Tomar) onde estivemos três anos mas, entretanto, também acabou”, recorda. “Estávamos destinados a desistir do badminton embora eu também tivesse começado a jogar”, refere o pai, acrescentando que o gosto por esta modalidade advém do facto de ser um desporto que requere muita perícia. O baptismo internacional do António foi a representar a Académica de Espinho em Oviedo, num torneio do circuito espanhol, onde a modalidade tem uma maior implementação.Badminton é paixão de pai e filhosFoi quando o filho mais velho pensou em desistir da modalidade que Luís Neves decidiu construir, em 2008, um “court” de badminton num armazém que tinha para o motivar a prosseguir os treinos. Nesta altura, António já costumava ir assistir a alguns treinos na Gualdim Pais. Influenciado pelo pai e pelo irmão mais velho, o jovem começa a desenvolver o gosto pela modalidade numa ocasião em que o seu progenitor deixa a vida activa e se dedica a cem por cento ao badminton. Tudo o que sabe aprendeu com o pai. “É preciso muita concentração e trabalho”, refere o jovem antes de iniciar mais um treino que começa sempre com exercícios de aquecimento. Tal como o ténis, o objectivo passa por pontuar o máximo, nunca deixando cair o volante no chão. “É um desporto apaixonante, muito técnico onde a tomada de decisão, sempre a altas velocidades, é muito importante. É, por exemplo, muito mais rápido que o ténis”, atalha Luís Neves. A boa forma física é importante.Nem sempre é fácil compatibilizar a prática de badminton com as actividades lectivas. António, que frequenta o 7.º ano na Escola Secundária de Ourém, tem que conciliar as aulas, os trabalhos de casa e os exames com os cinco dias de treino por semana (segunda-feira é dia de descanso passivo e à 5.ª feira pratica apenas exercícios de flexibilidade) e a deslocação aos torneios, que geralmente são de dois dias (sábado e domingo), tem que ser encaixada nesta realidade. Cada treino demora, em média, duas horas. O jovem não conhece mais ninguém que pratique badminton na região mas isso também não o incomoda. Para já tem a ajuda de uma marca internacional de equipamento mas sente que, se tiver outro tipo de apoios, consegue crescer. “Gostava de evoluir o máximo que puder”, refere, aguardando que algum patrocinador ponha os olhos em si e o ajude a ir mais além na modalidade.Aos 12 anos já sabe o que é ser campeão nacionalO pai de António Neves desfila, com orgulho, a lista de vitórias alcançadas pelo filho, nas últimas épocas, sempre no escalão Sub-13, ou seja, a jogar com atletas mais velhos: Campeão Zona Norte - Singular Homem Sub13 (2012-13); Campeão Zona Norte - Par Homem Sub13 (2012-13); Vice-campeão nacional - Equipas Mistas Sub13 - A.A.Espinho (2012-13); Vice-campeão nacional - Singular Homem Sub13 (2013-14); Campeão nacional - Par Homem Sub13 (2013-14); Vice-campeão nacional - Equipas Homens Sub15 - CHE Lagoense (2013-14); Campeão Nacional - Equipas Mistas Sub13 - Che Lagoense (2013-14). “Em Portugal, quando o chamam para o court é o António da Che Lagoense. Lá fora é o António Neves de Portugal”, refere.
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