uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Frisante Serafim das Neves

Ando com dores de cabeça desde que li uma notícia sobre uma praça em Vialonga, no concelho de Vila Franca de Xira, que recebeu o nome de Praça da Liberdade. Dizia a notícia que naquela praça é proibido o trânsito automóvel mas que os automobilistas não respeitam a proibição e que por causa disso o piso está estragado. Dizia também que há muitas pessoas que, caminhando no meio da destruição, acabam por tropeçar e cair. E acrescentava que a GNR não faz nada. Vamos por partes, como diria Jack o Estripador.Primeiro, se alguém baptiza uma praça com o nome liberdade, com que direito começa logo por plantar no local um sinal de proibição? Está mal! É por estas e por outras que muita gente não acredita em liberdade e muito menos em “amplas liberdades democráticas” como dizem uns vizinhos meus que não perdem uma manif de protesto, seja dos professores, dos estivadores ou dos operários metalúrgicos do sul e ilhas.Há também a questão das pessoas que circulam por ali aos tropeções. Mas porque raio se metem elas por maus caminhos? Eu, por exemplo, nunca utilizo caminhos já antes trilhados pelas senhoras e senhores da minha rua que costumam passear os seus bóbis defecadores incontinentes, a não ser que vá a caminho de uma daquelas reuniões importantes para decidir o que nunca se irá fazer e queira que elas acabem depressa graças ao ar irrespirável que os meus sapatos vão provocar.Finalmente a GNR. Toda a gente sabe que os problemas do país resultam da falta de policiamento e de fiscalização. Um português à solta, sem um agente de autoridade por perto, é a certeza de catástrofe iminente. Quando a Câmara de Vila Franca de Xira se candidatou a fundos comunitários para fazer a requalificação da praça da Liberdade de Vialonga, não fez as coisas bem feitas. Não incluir uma verba para policiamento e reparação de actos de vandalismo no orçamento é suicídio.Também tenho estado com atenção à inumação dos milhões de euros enterrados pelo anterior presidente da Câmara de Abrantes, Nelson Carvalho, durante os mandatos em que foi elevado, muito justamente, à categoria de autarca de excelência. O chapéu texano que o empresário Alexandre Alves usou quando lhe foi entregue por cem mil euros um terreno que a câmara tinha comprado por uma milhão, para fazer uma fábrica que nunca foi feita, era prenúncio de coboiada e as perspectivas não foram defraudadas. Eu que sou adepto daquele género estou feliz. E quem se atreverá a dizer que ele nunca apoiou o empreendedorismo? Só mesmo algum daqueles invejosos da oposição.No cemitério americano de Santa Catarina, onde as famílias contemplam um prado verdejante podendo imaginar tudo menos a morte, os falecidos assumem, graças a um moderno sistema de conservação, o estatuto de Faraós e não se decompõem nem por mais uma. E qual é a família que não quer ter o seu próprio Faraó? Um autarca que dá estas alegrias ao povo já merecia uma estátua.É verdade que os miúdos que Nelson Carvalho queria pôr a jogar basebol, talvez por alguma deficiência congénita, preferem continuar a imitar o Cristiano Ronaldo e outros futebolistas em vez de irem para o campo que custou mais de meio milhão de euros, de bastão e luva de cabedal, imitar uns tipos que aparecem nos filmes do Kevin Costner e do Clint Eastwood. Mas Abrantes conseguiu um feito inigualável de ter o único campo de basebol de Portugal e provavelmente de toda a Península Ibérica. Isso é obra, Serafim. É obra!!!Continuo à espera que abram as inscrições para a excursão dos socialistas de Santarém a Évora para verem as famosas botas de meio cano do Eng.º Sócrates. Há quem me diga para esperar sentado mas acho que é só má língua. Pessoas como a senhora Idália Serrão, que pertenceu ao grupo restrito de amigos do famoso prisioneiro político e que graças a ele pôde, durante alguns anitos, tocar violino num gabinete com vista para a Praça de Londres que tinha na porta a inscrição “Secretária de Estado”, não falham quando se trata de assuntos de solidariedade. Saudações libertáriasManuel Serra d’Aire

Mais Notícias

    A carregar...