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Mais dois mil utentes de Azambuja sem médico de família

É muito triste quando descontamos uma vida inteira e depois quando precisamos de assistência médica não a termos. É uma vergonha colocarem médicos de empresas externas que nem chegam a conhecer os doentes, nem se lembram que têm que vir dar consulta como aconteceu este fim-de-semana. Não venham com tretas que os médicos não se inscrevem nos concursos, proponham-lhes outro tipo de contrapartidas para eles aceitarem, afinal Azambuja não está assim tão longe de Lisboa.Eva Pires De cada vez que falam de médicos em Portugal fico mais baralhado. Uma coisa é certa o que se passa aqui no nosso Portugal também se passa noutros lados. Falei a semana passada com um primo meu que está a trabalhar em França há muitos anos e queixei-me da falta de médicos nas zonas mais afastadas das cidades, nomeadamente de Lisboa. Ele que gabava tanto o sistema francês porque pode ir a qualquer médico que quiser que depois é reembolsado, disse-me que na zona onde vive, na periferia de Paris, tipo Azambuja, também já não tem a mesma facilidade de marcar uma consulta de um dia para o outro. “Há muitos médicos mas poucos querem vir para as zonas mais do interior e para os arredores”, explicou-me. Se houver por aí médicos eles que venham para cá. Resumindo, acho que toda a gente em todo o lado tenta ganhar mais mesmo que isso implique sair do país. Penso que não temos dinheiro para pagar os ordenados que os médicos merecem mas isso é assim com médicos e com outros profissionais que também emigram. Resta agora saber se haverá médicos de outros países que tenham ordenados mais baixos que os que são pagos em Portugal e que queiram vir para cá. Abaixo de nós na União Europeia só costumava estar a Grécia mas parece que agora eles vão aumentar ordenados e por isso nem médicos gregos poderemos ter. Talvez sul americanos ou ucranianos. Ouvi dizer que a Ordem dos Médicos tem dificultado a entrada desses médicos mas acho que isso acontecia para proteger os empregos dos médicos nacionais. Agora que os nossos vão embora talvez a Ordem, não digo que facilite, mas pelo menos pode ajudar os que podem ajudar-nos. Resta saber se vamos continuar a ser doentes xenófobos que acham que os médicos estrangeiros, só por serem estrangeiros, não prestam, ou que não se entende o que eles dizem por causa do sotaque, como se o sotaque dos nossos irmãos açoreanos, por exemplo, fosse fácil de perceber. Se assim for, resta-nos voltar aos curandeiros e às mezinhas caseiras. Dilemas! Carlos Carvalho

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