Casa do Povo de Arcena soma e segue apesar das dificuldades
Envolver mais a comunidade nos eventos que organizam é um dos principais desafios com que a direcção da Casa do Povo de Arcena se confronta. Se não fossem os apoios autárquicos garantem que já teriam fechado portas.
A Casa do Povo de Arcena, localizada na freguesia de Alverca do Ribatejo, comemorou 81 anos no dia 15 de Março e tem vindo a fazer um grande esforço para conseguir manter a sua estabilidade financeira nestes últimos anos de crise. A garantia foi dada a O MIRANTE, pela presidente e vice-presidente de direcção, Angelina Novais e Clara Negrinho, respectivamente, que estão ligadas à colectividade há muitos anos e que em 2013 decidiram avançar com uma lista formada apenas por mulheres. Os apoios da Câmara de Vila Franca de Xira e da junta de freguesia têm sido fundamentais para a estabilidade da instituição e garantem que se não fosse isso já teriam fechado portas há muito tempo, dado que os sócios pagam uma quota mensal de apenas 50 cêntimos e das actividades pagas pouco sobra depois de feitas as contas com os monitores.A Casa do Povo de Arcena conta com secções nas áreas desportiva e cultural, mas é apenas nas modalidades de taekwondo, futsal e ginástica e nas escolas de música e concertina que cobra mensalidades. O folclore, o coro e as artes manuais são actividades gratuitas às quais qualquer pessoa se poderá juntar.Os licenciamentos para eventos são os maiores entraves com que se têm deparado estas duas dirigentes. Clara Negrinho opina que a “burocracia pagante” é mais que muita e para terem um simples CD a tocar na aparelhagem têm que tirar uma série de licenças, o que dificulta muito a vida de uma associação sem fins lucrativos como é o caso da Casa do Povo de Arcena.Mesmo assim, Angelina Novais afirma que o balanço destes dois anos de mandato tem sido “muito positivo” e apesar de dizer que ainda não pensaram se irão ou não recandidatar-se em Janeiro do próximo ano, deixou presente que ficarão por lá enquanto se sentirem bem.O maior desafio com que se depararam até ao momento foi quando o chão do novo museu etnográfico da colectividade, inaugurado em Maio de 2012, levantou e apodreceu pouco depois de terem tomado posse. “A nossa sorte foi termo-nos candidatado a um programa de apoio para obras da câmara municipal e termos conseguido, assim, reformular completamente uma sala ainda nova”, deixou presente a vice-presidente.Tendo a visão de Arcena como um dormitório, dizem que é cada vez mais difícil chamar a atenção das pessoas para as actividades que tanto trabalho lhes dão a preparar em prol da comunidade. “Nunca sabemos com o que podemos contar porque muitas vezes a casa fica composta, mas há alturas em que está quase vazia. Esta disparidade é um pouco frustrante, porque estamos a trabalhar para uma população itinerante, que não cria raízes”, considerou a vice-presidente.Consideram que o associativismo está, hoje em dia, em perigo, tanto a nível nacional como no concelho de Vila Franca de Xira em particular. “É preciso fazermos grandes esforços diários para que se consiga levar este barco a bom porto”, evidencia a responsável. Este ano irão trazer, pela primeira vez, o festival de folclore para Arcena, uma vez que a iniciativa costuma realizar-se em Alverca dado aí existirem espaços maiores. “São sempre quatro ranchos a participarem, que envolvem cerca de 300 pessoas, e o nosso pavilhão não tem condições acústicas. Como se realizava em Maio optávamos por o fazer em Alverca porque nunca sabíamos com que condições meteorológicas poderíamos vir a contar. Este ano decidimos passar para o dia 13 de Junho e iremos realizá-lo no pátio do museu”, avançou.O arraial da sardinhada em Junho, o arraial das vindimas, o magusto em Novembro e o presépio ao vivo em Dezembro, são outros dos momentos altos das actividades desta instituição, todas em colaboração do seu rancho folclórico.
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