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Grupos de teatro de Santarém com mensagens críticas e de esperança

Grupos de teatro de Santarém com mensagens críticas e de esperança

Dia Mundial do Teatro assinalado no Teatro Municipal Sá da Bandeira
Os nove grupos de teatro do concelho de Santarém juntaram-se no Dia Mundial do Teatro, 27 de Março, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, para partilharem mensagens de forma individual.O espectáculo começou com uma animação de luzes negras, protagonizada pelo Teatrinho. Os elementos do Grupo de Teatro Fantasia da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental subiram ao palco para dar a conhecer a sua visão sobre o teatro e deixar saudações àqueles que fazem parte do mundo teatral: “Viva o teatro! Viva os actores, os escritores, o público, técnicos e os que amam o teatro! Teatro sempre e sempre, teatro!”.O actor e encenador Nuno Domingos presenteou a plateia com um divertido discurso a favor da implementação do teatro obrigatório nas escolas. “Depois de ter sido instituída a escola obrigatória com o argumento de que nenhum aluno iria à escola se não fosse obrigado, chegou agora a vez do teatro”, afirmou, destacando as inúmeras vantagens que esta medida traria.“Rosário” e “Toninho” encenaram o papel de um casal de cinquentões, sentados no sofá da sua casa, a ver na televisão uma reportagem sobre o teatro, em Santarém. A maior parte dos entrevistados, residentes na cidade, não conhecia os nomes dos grupos de teatro do concelho e muito menos sabia quantos são. Sempre animado, o casal de actores do Centro Dramático Bernardo Santareno aproveitou para criticar o facto de o grupo não ter um espaço nem um palco específicos para ensaiar e lembraram o arruinado Teatro Rosa Damasceno.Numa clara tomada de posição em prol da valorização do teatro em Portugal, os alunos da turma de teatro da Universidade da Terceira Idade de Santarém (UTIS) saíram do palco silenciosos e numa marcha lenta, elevando bandeiras com as cores portuguesas (verde, amarelo e vermelho).A companhia teatral Cena Aberta “deu nas orelhas” aos autarcas que não marcaram presença nesta importante iniciativa. “Não compreendo que eles não tenham vindo a esta assembleia das Comemorações do Dia Mundial do Teatro”, afirmou uma actriz.A mensagem deixada pelo grupo de teatro Contràcultura foi uma das mais críticas da noite. O actor Pedro Gouveia fez ecoar duras críticas no auditório do Teatro Sá da Bandeira à cidade onde “não se passa nada”, à falta de movimento no centro histórico e à inércia dos escalabitanos que preferem ficar sentados “num café ou num shopping qualquer a colocar likes em videos fofinhos de cães e gatinhos”. Nas suas palavras, cobertas de sarcasmo, ironizou dizendo que “pagar para ver teatro é estúpido, devia ser à borla, eles que comam do ar” e que é preciso “gente sem mentes condicionadas nem ideias pré concebidas”.O Aqui Há Gato apresentou um original painel de sombras chinesas, onde apareceram os nomes dos nove grupos de teatro do concelho. Presa por entre cordas vermelhas, a actriz soltou-se das amarras e acabou por dizer: “eu não sei muito bem o que é o teatro, mas sei que me faz falta”. O grupo teatral Animal foi o único a deixar uma mensagem a favor da morte dessa arte, para que ela nasça todos os dias com uma nova vida.Na plateia, assistiram ao espectáculo cerca de duas centenas de espectadores, demonstrando que ainda há quem não desperdice uma oportunidade de ir ao teatro e a valorizar os actores dos grupos teatrais do concelho.
Grupos de teatro de Santarém com mensagens críticas e de esperança

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