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Grupos de teatro de VFX viram costas a prémio municipal

Grupos de teatro de VFX viram costas a prémio municipal

Júri diz que a câmara, enquanto organizadora da iniciativa, merecia mais atenção

Dos oito grupos existentes no concelho de Vila Franca de Xira só três se candidataram ao prémio de teatro “Mário Rui Gonçalves”. Cerimónia foi polémica, com o júri a acusar os grupos de desinteresse e falta de profissionalismo. No final pediu para participarem numa reunião mas a maioria abandonou a sala em protesto.

No próximo ano o Prémio de Teatro “Mário Rui Gonçalves”, instituído pela Câmara de Vila Franca de Xira, vai ser alargado a todas as companhias da Área Metropolitana de Lisboa, para não correr o risco de ficar sem participantes. A decisão surge depois da fraca adesão deste ano, por parte dos grupos de teatro do concelho, ao prémio instituído pela câmara que visa premiar os melhores trabalhos e desempenhos na área do teatro amador durante o último ano. Na primeira edição do prémio, entregue no domingo, 22 de Março, só três dos oito grupos do concelho - Esteiros, Gruta Forte e Grémio Povoense - se candidataram, tendo a maioria mostrado um cartão vermelho à entidade que lhes dá os subsídios durante o ano. “É pena que só três grupos se tenham candidatado, o patrono do prémio merecia mais. A adesão ficou muito aquém do esperado”, lamentou Paulo Rodrigues, membro do júri. A cerimónia, que se realizou no Grémio Povoense, esteve envolta em polémica, depois do júri ter decidido atribuir apenas o prémio destinado ao melhor espectáculo (“O Pelicano”, dos Esteiros), por considerar que dos trabalhos apresentados esse era o que continha “menos fragilidades”. João Mota (director artístico do Teatro Nacional D. Maria II), Paulo Rodrigues (coordenador para a área do teatro da câmara), Miguel Falcão e Catarina Gonçalves, ambos de mérito reconhecido na actividade teatral do concelho, integraram o júri.Numa reunião havida com os grupos antes da cerimónia o júri deu a entender que os grupos foram demasiado amadores para poderem receber qualquer menção honrosa. Identificaram fragilidades relacionadas, entre outras, com a insuficiente direcção de actores, desequilíbrio na distribuição de personagens e incoerência das várias dimensões da realização plástica dos espectáculos. Críticas que não caíram bem aos responsáveis dos grupos. No final, quando o júri pediu que ficassem para uma segunda reunião, a maioria levantou-se e abandonou o edifício em protesto. Nas redes sociais vários responsáveis do teatro também lamentaram o que consideraram ser “uma vergonha”. Ricardo Silveira, pessoa ligada ao teatro do Gruta Forte, desabafou mesmo nas redes sociais que o júri de “iluminados” conseguiu “desrespeitar” os três grupos que foram a concurso e quiseram participar.O Prémio Mário Rui Gonçalves visa prestar homenagem a um dos nomes maiores do teatro no concelho e, ao mesmo tempo, reconhecer e incentivar o trabalho dos grupos de teatro amador do concelho. Prevê um prémio pecuniário para as categorias de melhor espectáculo (2500 euros) e de 500 euros cada para a melhor interpretação feminina, masculina, melhor encenação, melhor cenografia e melhores figurinos.Mesquita diz que grupos estão “a matar-se uns aos outros”O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), diz a O MIRANTE que não há razão nenhuma para o mal-estar que está a ser vivido entre os grupos de teatro do concelho e lamenta que estejam “a matar-se uns aos outros”. Falando pela primeira vez publicamente sobre as recentes polémicas que envolvem o encerramento do Teatro-Estúdio Ildefonso Valério, em Alverca, o autarca defende que o caminho que está a ser seguido “é uma má estratégia” e apela ao bom-senso. “A nossa convicção é que se não fossem os apoios financeiros que damos a maior parte dos grupos teria muita dificuldade em subsistir ou já nem existiriam”, refere, garantindo que a câmara tem sempre o cuidado de ter “equidade no tratamento” dos grupos. “A Inestética deve ser a referência para os outros. Espero que isto acalme para conversarmos e vermos qual o rumo a seguir. Há muita gente surpreendida com tudo isto”, lamenta. O autarca explica que no contexto actual é preciso priorizar os investimentos e recorda que, actualmente, o município vilafranquense já apoia as colectividades do concelho em mais de 800 mil euros.
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