A Polícia acabou com uma festa organizada por estudantes em Abrantes porque descobriu que havia venda de álcool a menores e que alguns dos foliões apresentavam sinais de já estarem com os copos. Ele há coisas do Diabo! Lá imaginava eu que na pacatez da cidade florida, lá no topo do cabeço milenar, acontecessem episódios destes, dignos de fazer corar um banqueiro ou um dirigente desportivo. Felizmente as autoridades agiram diligentemente e, para que não houvesse tentações entre a rapaziada assim que os agentes virassem costas, confiscaram umas dúzias de garrafas de bebidas a que dão o nome de espirituosas. É bom saber que as nossas autoridades, apesar de castigadas por sucessivos Governos nos seus salários e regalias, continuam a zelar pelos bons costumes e a tomar conta dos mais inocentes e desprotegidos da sociedade de forma tão zelosa. Onde iria parar este país se de repente as festas de estudantes se tornassem numa espécie de Woodstock de trazer por casa com álcool e drogas à fartazana? Respeitinho é muito bonito rapaziada! E não foi isso que as gerações mais velhas vos ensinaram, seus marotos... Inscrevam-se na Conferência de São Vicente de Paulo, façam uns chás de caridade e uns jogos florais e vão ver que ninguém vos chateia.Anda aí uma polémica por causa do anúncio da instalação do Centro de Competências para o Sector do Tomate no Cartaxo. O presidente de Azambuja, que se considera um homem de tomates, ficou enxofrado com o negócio, porque as coisas já teriam sido antes apalavradas consigo. E ninguém gosta de ser apanhado com as calças na mão ou, pior ainda, de ser o último a saber. Foi o que aconteceu ao infeliz Luís de Sousa que ainda teve de ouvir críticas da oposição devido à sua posição extremada. Embora, como a coisa mete tomates, talvez fosse melhor dizer estrumada.No meio disto tudo ainda houve quem tivesse pachorra para recordar que no ano passado a ministra da Agricultura já tinha anunciado a criação do mesmo centro do tomate para Santarém. Mas aí há que dar o desconto pois, para quem está no Terreiro do Paço, tudo o que está das portagens de Alverca para norte é igual ao litro pelo que o erro de cálculo de alguns quilómetros merece desconto. Há uns anos, a Câmara de Santarém colocou em ruas e jardins da cidade pontos de distribuição de sacos de plástico para recolha dos dejectos caninos. As estruturas metálicas ainda por lá continuam, mas já há muito sem uso, e os cãezinhos lá vão continuando a estrumar alegremente passeios e jardins perante o olhar embevecido dos donos. Nada de novo, mas vem isto a propósito de mais uma campanha “Portugal sem beatas”, apresentada recentemente em Santarém por pessoas bem intencionadas mas completamente desfasadas da realidade que tu bem ilustraste no teu último escrito.Todos sabemos que não vale a pena andar a gastar tempo e recursos com iniciativas dessas. O grande educador do povo, o camarada Garcia Pereira do MRPP, anda há décadas a tentar pôr-nos na linha com os míseros resultados eleitorais que se conhecem. Os portugueses gostam de mandar beatas dos cigarros para o chão, tal como as outras beatas se pelam por uma missinha... São coisas que estão no nosso ADN. E esse é imutável.Saudações pascais do Serafim das Neves