O projecto que prevê a melhoria da navegabilidade no rio Tejo, em Alhandra, vai permitir à fábrica da Cimpor receber navios com capacidade para transportar até 10 mil toneladas de cimento e clínquer. A informação é avançada a O MIRANTE pela empresa, que diz que o projecto visa optimizar os carregamentos já hoje efectuados no cais da empresa. Caso o projecto avance a empresa garante que serão realizados os “investimentos necessários” para garantir a “manutenção da boa qualidade do ar” em Alhandra.Na última semana alguns moradores da vila disseram temer os possíveis impactos da poluição causada por um aumento dos carregamentos de cimento no rio Tejo, fruto do projecto anunciado pelo Governo de aumento da navegabilidade do rio. Numa das últimas assembleias municipais de Vila Franca de Xira o eleito do Bloco de Esquerda, Rui Perdigão, morador em Alhandra, pediu que fosse reforçada a medição das partículas em suspensão no ar naquela zona. O vice-presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, defendeu a necessidade de ser instalado um medidor das partículas junto ao cais onde a empresa carrega o cimento a granel, em vez do local de carregamento de camiões onde hoje se encontra o medidor. “A Cimpor está, como sempre esteve, permanentemente disponível para colaborar com as autoridades no que diz respeito à optimização da rede existente [de medição de partículas], tendo como objectivo assegurar a manutenção da boa qualidade do ar na vila de Alhandra”, explica a empresa.Recorde-se que a comissão municipal de acompanhamento ambiental, composta por várias entidades do concelho, já tinha elaborado um relatório no início do ano a exigir mais cuidados por parte da fábrica no carregamento da sua produção nas barcaças, sobretudo nos dias de vento.Em Fevereiro, recorde-se, a presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), Marina Ferreira, juntamente com o ministro da Economia, Pires de Lima, anunciou dois projectos de reforço da capacidade de exportação de cimentos por parte da Cimpor, em Alhandra, e da antiga Siderurgia Nacional. A responsável da APL prevê que alguns estudos de impacto ambiental estejam concluídos neste Verão e acredita que será possível começar a lançar os primeiros concursos para as obras no próximo ano.