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Resistente Manuel Serra d’Aire

A inauguração da exposição sobre Salgueiro Maia em Santarém ficou marcada pela ausência da maior parte dos eleitos locais tanto da câmara como da assembleia municipal. E a exposição, diga-se, até foi organizada pelo município e integra as comemorações do 25 de Abril na cidade. Até há pouco tempo, quando ouvia alguém dizer que faz cá falta um novo Salazar, costumava-me apetecer atirar-lhe com um pano encharcado nas trombas perante tal manifestação de saudosismo. Mas confesso que, ultimamente, vendo os sinais que constantemente surgem, começo a pensar que uma espécie de reencarnação do ditador de Santa Comba poderia ter um efeito pedagógico sobre a carneirada acéfala em que o nosso país se transformou. Ou pelo menos para nos pôr a pensar, um bocadinho que fosse...Porque quando os eleitos do nosso poder local não conseguem arranjar agenda ou vontade para prestar tributo a um homem simples e desprendido como foi Salgueiro Maia, e a tudo o que simboliza, o que eles mereciam mesmo era regressarem aos tempos da PIDE, da censura e da guerra colonial, para verem o que é bom para a tosse ou, eventualmente, para matarem saudades. Ou, em última análise, serem desterrados para Alpiarça onde, segundo o vereador oposicionista Francisco Cunha, ainda não chegou a democracia, passados que estão 41 anos sobre o 25 de Abril de 1974. Estava convencido que em todo o país havia eleições livres e que o povo era soberano nas suas escolhas, mas pelos vistos não. O que, obviamente, me deixa embasbacado. Não tendo a democracia ainda chegado a Alpiarça como foi Francisco Cunha eleito? E como é que pode dizer o que lhe dá na real gana sem que sofra represálias por parte da ditadura bolchevique que o atormenta? Provavelmente, na óptica do ilustre autarca, a democracia só chegará ao concelho quando o povo de Alpiarça, num raro momento de lucidez, o consagrar como presidente da câmara. Como eu o compreendo! É o que dá viver num país que não se governa nem se deixa governar e em que o povo não sabe distinguir o trigo do joio... Ingrato povo que só tem o que merece!Os peixes andam a morrer no Tejo e não é preciso ser muito entendido na matéria para suspeitar que é capaz de ser devido à falta de água. Este é mais um exemplo da falta de tomates (e nada tem a ver com o centro de excelência do tomate que deixou o presidente de Azambuja aziado) por parte do poder político. Os espanhóis mandam a água a conta-gotas e “no pasa nada”... Tristeza do caraças! Nos tempos de D. Nuno Álvares Pereira ou dos conjurados isto resolvia-se à espadeirada. Agora, como as coisas estão, só mesmo com um milagre. A Rainha Santa Isabel transformou pão em rosas. Agora dava jeito que o Santo Condestável transformasse areia em água antes que a malta morra à sede. Em Vila Franca de Xira as últimas semanas foram marcadas pelas rábulas à volta do teatro. Desde a companhia que encerrou a sua sala por não ter os apoios camarários que pretendia, mas aos quais não se candidatou, até ao prémio de teatro instituído pelo município e a que a maior parte dos grupos do concelho voltou costas. Se isto não dá matéria para uma tragicomédia das boas, então não sei o que dará. Saudações abrilescas do Serafim das Neves

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