O prémio literário Alves Redol, instituído pela Câmara de Vila Franca de Xira para incentivar a criatividade literária nos géneros de conto e romance, tem este ano uma nova composição do júri.O júri será composto por Miguel Real, escritor e crítico literário, Manuel Frias Martins, representante da Associação Portuguesa de Críticos Literários e Ana Cristina Silva, escritora vilafranquense que será a representante da câmara municipal. Os nomes constam do regulamento do prémio, que foi aprovado na última reunião de câmara com a abstenção da CDU, que não concordou com o facto do director das bibliotecas do concelho não estar incluído no júri (ver caixa).Serão atribuídos prémios de 2 500 euros ao vencedor do melhor conto e 7 500 euros ao vencedor do melhor romance. Os prémios não poderão ser atribuídos a mais do que um autor mas, em casos excepcionais, o júri poderá conceder duas menções honrosas por cada género literário, sem valor pecuniário. Os prémios só poderão ser atribuídos por unanimidade do júri, que pode não premiar nenhum autor caso a qualidade fique abaixo do desejável.As obras a concurso têm de ser entregues em três exemplares até ao dia 30 de Setembro e devem ser inéditos nunca publicados. Cada concorrente só poderá enviar um trabalho por cada modalidade literária. O júri dará a conhecer os vencedores até Dezembro deste ano.O prémio literário Alves Redol é uma homenagem ao aclamado escritor neo-realista vilafranquense e já premiou vários escritores consagrados e também novos autores. O último a vencer o prémio foi o jornalista de Alpiarça João Céu e Silva com o romance “A sereia muçulmana”.Director das bibliotecas de fora do júriEste ano o júri do prémio literário Alves Redol não inclui como representante da Câmara de Vila Franca de Xira o director das bibliotecas do concelho, Vítor Figueiredo, que nas últimas edições fez parte do júri. O afastamento do responsável acontece depois da polémica envolvendo a aquisição, para a biblioteca, da trilogia erótica “As Sombras de Grey”, de EL James. Mas Fernando Paulo Ferreira (PS), vice-presidente do município, garante a O MIRANTE que essa controvérsia “nada tem a ver” com a decisão de alterar a composição do júri este ano. Quem não gostou da decisão foi a CDU, que mostrou o seu desconforto abstendo-se na votação. Aurélio Marques questionou a câmara porque motivo não “apostava” nos seus quadros, “como vinha acontecendo com o director da biblioteca”, Vítor Figueiredo, em vez de se fazer representar por gente externa à câmara. Fernando Paulo Ferreira explicou que a escritora Ana Cristina Silva se mostrou “disponível” para pertencer ao júri e que “faz todo o sentido envolvê-la” numa perspectiva de “reconhecimento por toda a sua obra”. Garantiu também que o director da biblioteca, apesar de afastado do júri, se mantém “fortemente envolvido” na preparação do prémio.