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“Se as dificuldades nos tolhem então não estamos cá a fazer nada”

António Ceia da Silva - Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo

António Ceia da Silva é um homem afável mas frontal. Quando tem que criticar critica e quando fala do Alentejo e Ribatejo elogia sempre, sempre, sempre porque considera que todas as situações são boas para aprender. Para melhorar. Considera que Portugal aproveita pouco aquilo que pode ser um selo universal e diferenciador. Homem de andar no terreno, faz cerca de 11 mil quilómetros por mês nas estradas portuguesas. Foi deputado na Assembleia da República e diz que foi a pior experiência da sua vida.

Quando se começou a falar na integração dos municípios da Lezíria do Tejo no Turismo do Alentejo o senhor torceu o nariz à ideia. Nesta altura qual é a sua posição? Não torci o nariz. Fui daqueles que, na altura, afirmei de forma muito concreta, e fui o primeiro fazê-lo, quer por carta quer no âmbito da comissão de Economia da Assembleia da República, que tomassem atenção que se colocassem na lei a NUT 2, automaticamente, o Médio Tejo e o Oeste passariam para o Centro e a Lezíria viria para a Entidade de Turismo do Alentejo. Alertei para essa situação. Claro que não fui ouvido. No entanto, a partir do momento em que saiu a lei acabou a discussão. Em Portugal ligamos muito à forma e pouco ao conteúdo. Não tinha nada contra o Ribatejo. É assim? As primeiras pessoas que têm que gostar do Ribatejo são aqueles que lá vivem. Neste momento, sou um defensor inequívoco do Ribatejo. Vou defender a região até à exaustão. E não vamos estar a mudar tudo outra vez. Agora ninguém me tira do Ribatejo. Estamos a trabalhar há um ano nesta região e não se pode mudar tudo outra vez. A região não merece isso e não podemos andar a brincar às politiquices. Os concorrentes têm os mesmos destinos turísticos há mais de duas décadas, não estão a mudar todos os dias. O Ribatejo é uma região com uma potencialidade incrível. Acho que existe um problema de auto-estima. As primeiras pessoas a dizerem que o Ribatejo é extraordinário, fabuloso têm que ser os ribatejanos. O Ribatejo tem um problema que é o facto de estar muito próximo da capital mas temos que transformar essa proximidade numa vantagem.O que está a ser feito ao nível do Turismo do Alentejo e Ribatejo? O que compete à Entidade Regional de Turismo é fazer o melhor trabalho naquela região, dignificá-la, fazer engenharia de produto. Estamos a fazer os planos operacionais estratégicos, estamos a trabalhar o Tejo, o Equestre, o Cinegético, a Gastronomia, a articulação com empresários e autarcas. Esse trabalho está a ser feito. Fomos a única entidade regional do país que apresentou um plano até 2020. Nós sabemos bem o que queremos e discutimo-lo com os agentes. Os ribatejanos viraram as costas ao rio Tejo? Vamos avançar com um concurso dirigido aos alunos das escolas intitulado “Um turista, um amigo no Ribatejo”. Temos que começar pelos mais jovens com esta campanha de sensibilização, mas demora tempo. Como o Tejo faz parte do dia-a-dia não valorizamos tanto e que muitas vezes é muito superior ao que existe lá fora. É normal desvalorizarmos e nós latinos nunca gostamos daquilo que temos.Embora não se canse de repetir que o Alentejo não é o Ribatejo, e vice-versa, é normal que tenha que fazer um esforço para relacionar, minimamente, as duas realidades. Já teve a tentação de encaixar algumas coisas…mesmo a martelo? Nunca na vida. Aí sou muito profissional. Se há alguma situação que me deixa tranquilo é o facto de, desde o primeiro dia, termos dito que o Ribatejo não é o Alentejo e vice-versa. O Ribatejo vai para além daqueles 11 concelhos da Lezíria e há condições para fazer protocolos e parcerias para envolver todo aquele território, aliás onde O MIRANTE trabalha, em determinados projectos. Se vamos fazer um projecto de valorização do Tejo porque é que não há-de ser alargado até Abrantes ou Vila Franca de Xira? Estamos completamente disponíveis para o fazer. Há produtos e roteiros que são transversais às regiões. Há alguns que podem ser articulados em conjunto com o Alentejo e Ribatejo.A classificação do “Cante” já contou alguma coisa para o Turismo do Alentejo ou a marca Alentejo já estava a cantar antes do “Cante”? Aquilo que estamos a trabalhar é a questão da activação do património imaterial. Entendemos que não basta a classificação da Unesco. É necessário que o turista possa fruir dessa mais-valia que o património imaterial significa. Estamos a incentivar a criação de casas de Cante no Alentejo, como as casas de fado em Lisboa. São espaços de gastronomia, restaurantes, onde o turista pode ver e ouvir Cante Alentejano. Os restaurantes alentejanos que tenham animação de Cante vão ser apoiados. Dentro de alguns anos o Alentejo vai ter várias casas de Cante e aí sim damos uma dimensão económica e turística àquilo que já foi uma valorização cultural. O que vai marcar a próxima geração de turistas é a procura de destinos únicos. Estamos a trabalhar vários dossiês de candidatura à Unesco, entre eles a Cultura Avieira e somos parceiros da marca da Falcoaria em Salvaterra de Magos. Uma grande parte dos alentejanos quando se junta em convívios, canta. É algo que faz parte da sua identidade cultural. Os ribatejanos não dançam o fandango e devem ser muito poucos os que sabem dançar, muito menos sem música. Avançar com uma candidatura do Fandango a Património Imaterial da Humanidade faz sentido? Faz todo o sentido. Para mim foi uma experiência muito boa ter estado na 9ª Convenção do Património Imaterial da Unesco em Paris e tive ocasião de assistir à apresentação das candidaturas que chegaram àquela fase final. Ganhei uma percepção diferente da forma como Portugal aproveita pouco aquilo que pode ser um selo universal e diferenciador. O Fandango tem todas as condições para vir a ser classificado. E isso pode ser um importante aspecto de valorização e atracção do território porque o turista vai ver o que é classificado. O que é importante é fazer um excelente dossiê de candidatura envolvendo os fandanguistas porque eles é que estão por dentro dessa tradição.A marca Alentejo é muito forte. Há quantos anos começou a ser implantada e quanto dessa implantação foi feita à margem de estruturas oficiais? Alentejo e Ribatejo são duas marcas muito fortes, com muita identidade, muita força cultural e identitária. O caminho faz-se caminhando. O sector do vinho foi o primeiro a contribuir para a notoriedade do Alentejo e é um exemplo do que deve ser feito. Apesar de haver mais de 800 marcas no mercado, o vinho apareceu sempre, quer em Portugal quer no estrangeiro, como Alentejo. A marca Alentejo teve muita força associada à excelência e à qualidade do produto. A Toscânia, que para mim é um exemplo no Turismo, trabalha a sua marca há 40 anos, como Barcelona e outros grandes centros turísticos. Nós estamos a trabalhar a marca Alentejo há apenas cinco anos, que significa zero. Apesar de tudo, a National Geographic considerou-nos um dos 21 destinos preferidos do mundo. O The Guardian, o segundo jornal britânico mais lido, considerou-nos um dos dez destinos de praia do mundo. Em cinco anos já fizemos muita coisa e garanto que o Ribatejo vai começar a ser falado, pela qualidade e excelência. Os vinhos alentejanos têm essa identidade própria de que falou mas os vinhos do Ribatejo estão na Região de Lisboa. Qual é a sua opinião? Os vinhos do Litoral Alentejano também estão integrados no Sado. Este país, às vezes, tem umas configurações geográficas muito interessantes. Estamos a trabalhar com as comissões vitivinícolas do Tejo, do Alentejo e com a Associação de Produtores do Litoral Alentejano, que está integrado no Sado. Ligo pouco à forma e muito ao conteúdo. Vamos trabalhar todos em conjunto. A nós compete-nos coordenar, agora quem sabe e quem domina as questões ligadas ao enoturismo são técnicos especializados e nós articulamos com a comissão vitivinícola. O segredo é sabermos coordenador e saber incentivar esse trabalho.O senhor tem uma postura afável mas é conhecido por ser frontal. Não deve ter ficado muito satisfeito por constatar que os Prémios de Turismo Alentejo Ribatejo 2014 tenham tido tão poucas e tão fracas candidaturas do Ribatejo, mesmo tendo em conta que o Alentejo tem 47 municípios e o Ribatejo apenas 11. Foi o primeiro ano e há uma dinâmica empresarial que tem que ser incentivada. É natural. No segundo ano será melhor e no terceiro ainda melhor. O nosso objectivo com os prémios é motivar, estimular, reconhecer, premiar o mérito e é criar espírito de equipa e família. Não tenho dúvidas que nos próximos anos vai ser muito melhor. As candidaturas são espontâneas, provavelmente tem que haver dinâmica para incentivar as pessoas a candidatarem-se. Vamos trabalhar aquele território.Não se cansa de repetir que um destino turístico não é construído pelo presidente da Entidade Regional de Turismo mas em conjunto com os autarcas, empresários, cidadãos e também diz que não gosta de falar do passado mas do futuro. A pergunta é: Qual o piso em que vai ser trabalhado, nos próximos tempos, na construção do destino turístico do Ribatejo? É um trabalho que se faz com calma. Vou dar-lhe exemplo: fomos a única entidade que falou com as comunidades intermunicipais em relação às intervenções territoriais integradas. Do ponto de vista do próximo quadro comunitário de apoio vamos ter instrumentos decisivos em relação às autarquias que têm uma componente de promoção de marketing e turismo. Dissemos que estamos aqui e queremos que as câmaras municipais possam ser parceiras da ERT em projectos que queiram fazer na área da reabilitação do património de acordo com as rotas de touring cultural e paisagístico. Nós estamos lá, somos interventivos. Estamos a trabalhar com os municípios em vários projectos até 2020.O Ribatejo tem as touradas e as festas tradicionais com largadas. Trata-se de um segmento turístico que não reúne unanimidade e que pode ser até constrangedor. Como lida com ele? Eu não sei cantar e fui o principal impulsionador do Cante a Património da Unesco e se fosse por mim, pela minha voz, nunca teríamos conseguido a aprovação da candidatura. (risos). As toiradas, os toiros, fazem parte da cultura da região do Ribatejo. Houve um momento em que se começou a trabalhar as feiras medievais e hoje em dia isso perdeu a identidade porque se fazem feiras medievais em todo o lado. As largadas e as corridas de toiros devem ser feitas no Ribatejo porque é lá que existe essa tradição. Há quem não goste mas é algo que faz parte da alma, do coração e do carácter do Ribatejo e isso tem que ser valorizado.Estava em preparação um plano de sinalização turística viária e urbana para implementar este ano. Qual é o ponto da situação? Quando falei nisso houve, provavelmente, má interpretação. Um plano destes depende dos fundos estruturais e é um plano para três, quatro anos. Trata-se de sinalizar cerca de 40 por cento do território. É um grande investimento. Assim que os avisos de concurso permitirem vamos avançar com o estudo, que vai ter que ter muitos parceiros e vai exigir muitas aprovações. A sinalização viária, turística, nomeadamente urbana, é decisiva e tem que ser feita para quem não vive no território e não conhece os locais turísticos. É um processo imprescindível. Não receia que esse plano de sinalização turística possa ser prejudicado pela fraca e confusa sinalização rodoviária existente e pela sinalização turística colocada pela extinta Região de Turismo do Ribatejo, por exemplo, que ainda é visível em muitos locais da região? O plano vai implicar que a própria Estradas de Portugal e as autoridades rodoviárias, todas estas instituições façam parte da comissão de elaboração dessa sinalização. Lá está, mais uma vez, a nossa forma de trabalhar. Não vou fazer um projecto de sinalização em que as várias instituições não estejam envolvidas. Muitas vezes significa retirar o que está mal e por tudo o que seja considerado bom, para não haver duas sinalizações. Tem que ser feita uma renovação total. É um projecto que vai demorar.O Turismo do Alentejo e Ribatejo sofreu ou beneficiou com a crise? A crise é sempre uma oportunidade. Quando nos dizem que temos dificuldades e problemas eu digo que então não estamos cá a fazer nada. Um gestor público está no exercício das suas funções para contornar as dificuldades e conseguir superá-las. O nosso grande problema é que dependemos ainda muito do mercado interno, cerca de 70 por cento. O mercado português é pequeno, limitado. Se 70 por cento dos turistas são portugueses, se há uma perda de poder de compra e de motivação para o consumo dos portugueses, é natural que se reflicta. O nosso objectivo é termos cada vez mais turistas portugueses mas inverter estes números e ter cada vez mais turistas estrangeiros. Queremos ter muitos mais turistas portugueses, mas queremos, ainda mais, ter muitos mais turistas estrangeiros para que esse condicionamento das tais crises de consumo que possa existir num mercado tão pequeno possa influenciar os números do turismo na zona do Alentejo e Ribatejo. “Um bom gestor público tem que conhecer o território onde trabalha” António Ceia da Silva nasceu a 11 de Abril de 1963 em Portalegre, onde viveu até ir estudar para Coimbra com a intenção de se licenciar em Direito. Uma oportunidade que teve de trabalhar como técnico de turismo, na Região de Turismo de São Mamede (Portalegre) mudou-lhe o rumo da vida. Descobriu a grande paixão da sua vida. Mais tarde, acabaria por se licenciar em Direito para concluir o que tinha começado, tendo dado aulas no ensino secundário, em Elvas. Esteve na primeira edição da Feira Internacional de Turismo (FITUR) a fazer atendimento atrás do balcão e confessa que nunca perdeu uma oportunidade de aprender.Foi presidente da Região de Turismo de São Mamede e já depois dos 40 anos decidiu que devia aliar a experiência de vários anos no sector do Turismo ao conhecimento académico e licenciou-se em Turismo. Seguiu-se o mestrado em Gestão Estratégica de Destinos Turísticos e está a fazer o doutoramento no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, em Lisboa. É professor no Instituto Politécnico de Portalegre e já foi convidado para dar aulas na Universidade de Évora. Está no segundo mandato na presidência da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo e pretende recandidatar-se a mais um. Ceia da Silva não é homem de estar sentado no seu gabinete. Diz que um bom gestor público tem que conhecer o território onde trabalha. “Um bom gestor público é aquele que motiva, que conhece, que está junto dos empresários, dos agentes, das autarquias. Esta é a minha forma de estar. Assusta-me muito quando um gestor público está no gabinete e é lá que recebe as pessoas. Quando um empresário de Santarém ou da Chamusca pede para falar comigo sou eu que vou lá. Para isso temos que ter bons gabinetes mas temos que ser nós a escolher técnicos qualificados e formá-los todos os dias”, explica.O presidente da ERT considera que sem humildade, trabalho e paixão não se consegue fazer nada na vida. Faz cerca de 11 mil quilómetros por mês de carro a percorrer as regiões das quais é presidente. É quase sempre o próprio quem conduz o automóvel. Nos poucos tempos livres que lhe restam gosta de fazer caminhadas e jogar sueca com os amigos todos os meses para descontrair e relaxar. Tem o ritual de ver o jornal da SIC Notícias à meia-noite para estar informado da actualidade. Tem uma filha com 19 anos com quem tem uma relação muito forte e próxima. Apreciador de comidas fortes, gosta de sopa de pedra ou pezinhos de porco de coentrada. Nas diversas iniciativas gastronómicas para as quais é convidado já foge dos petiscos e confessa que anda sempre com o mesmo copo e finge que prova todos os vinhos...”Não é por mal. É para não arruinar a saúde”. Não tem sotaque alentejano mas, como bom alentejano, gosta de contar anedotas de alentejanos. “Os alentejanos têm um espírito impressionante, são eles próprios que contam anedotas de si próprios, o que valoriza aquela bonomia que caracteriza o Alentejo”, diz. Com a vida agitada que leva gosta de ver uma boa comédia no cinema ou televisão. “A vida é tão complexa que faz falta uma comédia para rir e descomprimir do stress do dia-a-dia. Assusta-me um bocadinho os tempos que vivemos. Tornamo-nos demasiado egoístas”, realça.Na infância não teve quem lhe contasse histórias para adormecer. A mãe era doméstica mas trabalhava imenso porque tinham uma casa “enorme” onde recebiam os hóspedes que eram os alunos que iam fazer o liceu a Portalegre e ficavam lá a dormir. “A minha mãe acabou por ter muito pouco tempo para os filhos. Tive que ser autodidacta e contar histórias a mim próprio”, recorda com um sorriso.“Ser deputado foi a pior experiência da minha vida”Ceia da Silva foi deputado na Assembleia da República eleito pelo Partido Socialista em 2005 mas não levou o mandato até ao fim. Confessa que foi a pior experiência da sua vida e que serviu de lição porque nunca mais quer repetir. “Sou um executivo e ali não se pode fazer nada. Não se deixa trabalho feito e não temos poder de decisão. Há muita burocracia e hierarquias muito pesadas. Fui deputado por acidente. Não queria mas devido a uns problemas tive que ir. Foi bom apenas para saber que não quero repetir”, garante. Continua a ser militante do PS mas não tem participação activa. Diz que o seu partido é o Turismo do Alentejo e do Ribatejo.Orgulha-se de ter sido “sempre” eleito e reeleito para os cargos por unanimidade. Católico não praticante confessa gostar do Papa Francisco. Gosta de apreciar arte sacra mas, na sua opinião, a igreja é onde “quisermos que seja”. Aprecia os cemitérios norte-americanos porque são jardins e em Portugal são locais “mais sombrios”. “Provavelmente temos mais vontade de conversar com um ente querido num espaço ajardinado e não nos nossos cemitérios”, opina.O presidente da ERT afirma que existem duas coisas que alargam horizontes: ler e viajar. A Patagónia - que separa a Argentina do Chile, na América do Sul – foi o destino que mais o marcou. Também uma viagem ao Dubai lhe merece destaque porque foi uma viagem inesperada. Ceia da Silva descobriu que não tinha lugar no voo que tinha planeado e como precisava descansar escolheu um destino no próprio dia e surgiu o Dubai, que acabou por se tornar uma viagem marcante. Nunca repete destinos, “mesmo que esteja no melhor local do mundo”. “Há sempre outros locais que podem ser excepcionais. Quando viajamos devemos olhar para a frente e não para os pés. Quando viajo vou sempre com a perspectiva de aprender. Acabo por ser um mau parceiro de viagem porque sou um critico, vejo sempre o que está bem, o que está mal e estou sempre a falar de turismo”, revela, entre sorrisos.Com o novo acordo ortográfico admite que adquiriu uma nova língua portuguesa, muito própria. Escreve de ambas as formas. Às vezes, no mesmo texto escreve com o antigo e o novo acordo ortográfico, consoante lhe apetece.“Um destino turístico é feito por todos”Presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo O trabalho contínuo desenvolvido em parceria pela Entidade Regional de Turismo, autarquias locais, empresas, agentes e comunicação social é para o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva, a chave de sucesso para a construção de um destino turístico de excelência.“Nós somos hoje uma família”, afirmou António Ceia da Silva, dirigindo-se às cerca de uma centena e meia de amigos e empresários presentes na cerimónia de entrega de prémios do Turismo do Alentejo e Ribatejo, que decorreu no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche.O envolvimento de 50 municípios e 30 empresas das regiões do Alentejo e Ribatejo no maior stand da Bolsa do Turismo de Lisboa (BTL), destaca António Ceia da Silva, foi fruto de profícuas parcerias e muito trabalho em equipa. “Um destino turístico é feito por todos”, frisou.Num mercado onde o turista é cada vez mais culto, exigente e informado, o Turismo do Alentejo e Ribatejo está a apostar estrategicamente na área da identidade de forma a conseguir oferecer destinos mais qualificados e diferenciadores. Recorrendo ao exemplo da Toscânia, que tem uma actividade na área do turismo há 40 anos, Ceia da Silva lembrou que o Alentejo está a ser trabalhado apenas há cinco anos e o Ribatejo há apenas um ano. “Ainda há muito por fazer. O turismo é um sector exigente e no qual é preciso trabalhar todos os dias”, realçou.Os prémios, baseados na cortiça e no sobreiro, são para Ceia da Silva “um bom exemplo de que pode haver pontes entre o Alentejo e o Ribatejo” e surgem como “um obrigado àqueles que se dedicam ao turismo um ano inteiro”. Em relação ao critério estabelecido pelo júri de não premiar empresas ou agentes turísticos distinguidos anteriormente, o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo mostrou a sua discórdia e lembrou que “no turismo não há uma segunda oportunidade e a excelência deve ser reconhecida sempre”.

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