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Efeitos ambientais das centrais nucleares

As actividades das sociedades modernas originam resíduos diversos que deveriam ser depositados em condições seguras, para não se perturbar o equilíbrio ecológico. Para alguns desses resíduos, ainda não foi encontrada uma solução conveniente: por exemplo, grande parte das matérias plásticas não é degradável. Os países da União Europeia produzem mais de 2000 milhões de toneladas de resíduos sólidos e líquidos por ano, entre resíduos agrícolas, esgotos e águas residuais, lixos domésticos e resíduos industriais, alguns dos quais químicos, que são tóxicos, na sua maior parte. Quanto aos resíduos resultantes da produção de electricidade a partir de centrais termoeléctricas que queimam combustíveis fósseis, é de referir, por exemplo, que uma central termoeléctrica a carvão com uma potência de 1000 MWe, durante 30 anos de funcionamento, consome cerca de 75 milhões de toneladas de carvão e produz, além de milhões de toneladas de resíduos gasosos, 15 milhões de toneladas de cinzas, cujo volume é o de um paralelepípedo com 1 quilómetro quadrado de base e 15 metros de altura. É neste contexto que deve ser considerado o impacte ambiental das centrais nucleares, em particular no tocante aos resíduos radioactivos. Embora tenha havido progressos substanciais neste domínio, a verdade é que o assunto continua a despertar a atenção da opinião pública, na Europa e não só, sobretudo no que se refere à armazenagem dos resíduos radioactivos de vida longa.Mas, afinal, que se entende por “resíduos radioactivos”? Na prática, esta expressão é utilizada para designar “resíduos cuja gestão exige um sistema especial de controlo”, isto é, um sistema que envolve, em particular, o registo dos resíduos produzidos e o licenciamento das instalações onde se trabalha com materiais radioactivos.De certo modo, os resíduos de alta actividade são as “cinzas” resultantes da “queima” do urânio. Ao longo do tempo, um resíduo de alta actividade transforma-se em resíduo de média actividade e, mais tarde, de baixa actividade. Os resíduos de média ou baixa actividade podem ser de vida curta (algumas centenas anos) ou de vida longa (superior a algumas centenas de anos). Uma central nuclear de 1000 MWe do tipo mais comum origina aproximadamente 30 toneladas de combustível irradiado por ano. Depois de tratado este combustível, o volume dos resíduos de alta actividade fica reduzido a cerca de 3 metros cúbicos. Isto significa que, ao longo da vida da central nuclear, o volume dos resíduos sólidos de alta actividade é da ordem de 100 metros cúbicos. Por conseguinte, não se está perante um problema de armazenagem de resíduos que justifique a procura urgente de soluções.Eduardo MartinhoVer texto completo no site diário de O MIRANTE na secção Divulgação Cientifica

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