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Arte e ecologia juntas pelas mãos de Fernando Martinho

Arte e ecologia juntas pelas mãos de Fernando Martinho

Artesão expôs na 4ª feira de artesanato de Benavente trabalhos feitos a partir de pneus usados
Quando vai mudar os pneus do seu carro já pensou para onde vão os velhos e desgastados? Depende de a quem a pergunta é feita. Se for a Fernando Martinho, a resposta não vai ser a que espera. Este guarda-nocturno em Santarém utiliza pneus de scooters, moto 4, motas e corta relvas para o seu passatempo: fazer arte a partir de pneus gastos.Foi isso mesmo que foi mostrar na quarta feira de artesanato que teve lugar, no sábado, 18 de Abril, em Benavente. Fruteiras, vasos, relógios de parede, espelhos e tudo mais o que se possa imaginar, tudo é possível de fazer com pneus usados. Fernando garante-o e pratica-o há mais de um ano. “Comecei a ver este tipo de arte na América do Sul e atraiu-me. Comecei há um ano e agora o que quero é crescer, expandir”, explicou.A curiosidade suscitada a todos os que passaram ao longo do dia no stand de exposição é muita, tal como o são as perguntas. “Vou a empresas que têm destes pneus, por vezes até os recolho do lixo. Acho que é um tipo de arte que acaba por ser amiga do ambiente, porque reciclo os pneus e evito a poluição”, refere.Aos 52 anos, Fernando brinca com a recém-descoberta vocação. “Até pensava que não tinha jeito nenhum para artes e, afinal, não me dou muito mal. Já estou a preparar a reforma para ter mais tempo. Demoro cerca de três horas a fazer uma fruteira e outras peças parecidas, mas tenho uma mota, grande, que me levou dois dias a acabar. Outra das vantagens é que as pessoas podem mudar sempre as cores ao fim de uns tempos, porque o pneu acaba por durar uma vida inteira”.Ainda assim, o que obtém da venda dos produtos - que variam entre os 10 e os 20 euros - não dá para viver exclusivamente do passatempo. Por isso, mantém o emprego como guarda-nocturno, mas quer dar asas à ambição e, quem sabe, levar o negócio para o estrangeiro. “Vai dando para os meus gastos supérfluos, mas não é pelo dinheiro que me meti nisto. É mesmo pelo prazer que me dá pensar nas peças e concretizá-las”, explicou, entre uma e outra visita dos muitos que passaram pela iniciativa que decorreu em paralelo com o primeiro mercado social na região e onde foi ainda possível ver demonstrações de artes marciais e actuações de bandas, entre outros espectáculos.
Arte e ecologia juntas pelas mãos de Fernando Martinho

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