Uma família musical numerosa com berço ribatejano
Edgar Nogueira e um grupo de amigos lançaram a primeira big band de Vila Franca de Xira, a Nova Big-Band. Projecto inédito vai estrear-se nas tasquinhas de Alcoentre e quer cativar pela boa música com sabor a jazz.
Juntar uma “família” de 17 ou mais músicos para inovar e ter prazer naquilo que fazem, alguns há mais de 20 anos. Foi esta a ideia que nasceu numa conversa como muitas, à beira de uma mesa e um copo entre amigos de Alenquer, Alcoentre, Vila Franca de Xira e que acaba de resultar na criação da Nova Big-Band, em Vila Franca de Xira, cujo primeiro ensaio teve lugar no dia 13 de Abril nas instalações do Teatro Zero (Ateneu Vilafranquense).Mas o que é uma big band e em que se diferencia das muitas bandas que percorrem o país em festas de aldeia ou em salas de espectáculos? Edgar explicou a O MIRANTE. “A big band ronda os 17 a 19 elementos. Temos vocalistas, um e uma cantora, de base. Contam-se pelos dedos de uma mão as bandas que têm esta característica, de fazer um pouco mais de jazz. Mas fazemos o que for preciso conforme os eventos. Temos sempre os nossos arranjos, roçando os blues e funky. Isto tem, sobretudo, a ver com o nosso gozo pessoal”, confessa Edgar Nogueira, música da banda da Marinha e director artístico da nova banda.Os nervos da proximidade da primeira actuação - a 3 de Maio, nas Tasquinhas de Alcoentre - não se fazem sentir, porque a experiência é muita. Mas a incógnita quanto ao acolhimento que o projecto vai ter ainda desperta curiosidade. “Este último mês foi quase todos os dias a investir tempo na banda. Há que fazer músicas e arranjos específicos para este evento das tasquinhas. Somos nós que fazemos 70% das músicas. Temos covers de Carlos Paião, Gift, Ala dos Namorados, etc... Nesta actuação vamos fazer um ou dois temas que têm mais a ver com o grupo, como Áurea, Adele, talvez Sinatra”.O sucesso é algo que será medido mais pelo prazer próprio, mas há no grupo a noção de que representarão uma novidade. “Vamos colmatar uma área onde há poucos grupos do género. Pela quantidade de pessoas envolvida é complicado formá-los”.Temporariamente instalada no Teatro Zero, em Vila Franca de Xira, a banda de berço ribatejano procura um espaço definitivo. Azambuja e Alcoentre são hipóteses, mas, primeiro, há que criar uma associação, porque por ora os custos são suportados apenas pelos músicos. “Alguns concertos trarão financiamento. Este das tasquinhas tem um preço, mas que está longe do que se cobra agora. Temos uma parte caríssima, que é a do som, apesar de ser de uma pessoa que canta connosco. Por evento, em despesas, teremos cerca de mil euros e esperamos ter 15 a 20 por ano. Temos outro projecto, a par deste, que será uma escola de jazz. A avançar será uma mais-valia, porque as mensalidades serão mais baixas do que numa escola de música”.Entre saxofones, trombones, uma secção rítmica, piano, viola baixo, solo, contrabaixo, bateria e os cantores, há gente tão diversa como um ex-autarca da Azambuja ou um comandante dos bombeiros de Alcoentre com o nome histórico de Eifel. A expansão está nos horizontes. “Feiras, tasquinhas, sobretudo na nossa área do Ribatejo, é o objectivo. Pelo valor que estamos a pensar praticar, cerca de 3 mil euros por estes elementos todos, não é caro. O estrangeiro não está fora de questão, temos conhecimentos para isso. O Algarve também será palco privilegiado”, concluiu.
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