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Romaria

Para lá, ou para cá, do Tejo as terras unem-se. Dos lados da Moita, que também é Tejo, vem um excelente exemplo. Manda a tradição, e a Fé, que os agricultores da Moita rumem, desde há muito, à Senhora D’Aires, em Viana do Alentejo, a pedir boas colheitas. A romaria a Cavalo Moita-Viana do Alentejo, um dos eventos que distingue positivamente Portugal, a decorrer esta semana, foi tema para mais uma conferência de imprensa. Ali mesmo, no campo, na espetacular Herdade do Rio Frio, realizou-se um magnífico evento religioso e histórico - cultural. O seu sucesso nasce da iniciativa popular e da cooperação interautarquias. Em sintonia com a finalidade religiosa da Romaria, esta contou com a presença dos padres de ambas as paróquias. Da Moita a Viana acompanha a Romaria a Nossa Senhora da Boa Viagem, terminando no majestoso Santuário da Senhora D’Aires, onde, em 2014, terão chegado mais de 600 cavaleiros. Por razões óbvias os privados, a economia, também esteve e está presente. A própria conferência de imprensa decorreu, muito oportunamente, na Herdade do Rio Frio; um projeto a seguir atentamente. Naturalmente que há muitos e legítimos interesses económicos do setor privado num evento deste tipo. Felizmente, já há quem o tenha compreendido. No próximo domingo, dia da celebração, em Viana do Castelo, estarão presentes mais de quinze mil pessoas, isto num concelho cuja totalidade da população é de cinco mil e quinhentas pessoas.Muito relevante, e mesmo sublime, é a sabedoria de unir nesta iniciativa campinos e ceifeiros. Na verdade, foi muito interessante ouvir o Cante seguido do Fandango. Sobretudo, depois dos momentos formais, de copo na mão, descontraem-se os participantes, tudo fica mais fácil, artistas misturaram, ribatejanos tocam e alentejanos dançam. Na Moita mostrou-se que é possível, com pouco, realizar eventos espetaculares, de elevado valor patrimonial e económico. Mais uma vez o Tejo une e não separa! Uma grande iniciativa histórico-cultural que, lamentavelmente, não tem a atenção da comunicação social. Um dos grandes desafios é tornar este percurso numa Grande Rota que se constitua como um produto turístico de excelência e atraia, durante todo o ano, cavaleiros, caminheiros e ciclistas. Nesta matéria basta ver o que existe no estrangeiro (com muito menos condições) e tomar consciência do valor que esta rota pode representar. Torna-se óbvio que devemos alargar a Grande Rota à cidade de Património Mundial, Évora e Lisboa, a capital do país.Até um cego vê.Carlos A. Cupeto

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