Rita Caré, Isabel Alegria e Dina Domingues são três amigas que gostam de desenhar e pintar na rua e, desta vez, vão mostrar o que fazem em Vila Franca de Xira, cidade a que têm ligações desde a infância. No domingo, 17 de Maio, contam reunir mais de 50 pessoas em locais como a biblioteca, o jardim municipal e a estação de comboios para darem asas à imaginação que guia estes encontros país fora há vários anos.O XirArte de rua, assim se vai chamar o encontro de desenho de rua e outras artes, serve para a partilha de experiências entre pessoas de vários locais que, em comum, têm a paixão pelo desenho e pintura. “Sou de matemática aplicada. Mas sempre fiz muito desenho. Agora não saio de casa sem uma caneta. E se isso acontece tenho de pedir uma emprestada”, confessa Dina, entre sorrisos.Rita partilha do mesmo vício. Vinda de uma área diferente, a comunicação, não consegue passar um dia sem dar uso ao bloco. “Desenho quase todos os dias, nem que seja 15 minutos à hora de almoço. Ando sempre com dois cadernos, um kit de aguarelas portátil e pincéis com reservatório de água”, confessa. Também Isabel, pintora de profissão, não concebe sair de casa sem estar devidamente equipada. “A minha mala tem sempre cadernos. Tento limitar o peso ao máximo, mas é complicado”, brinca.E foi neste espírito que, em conversa entre elas, as três decidiram estender a Vila Franca um evento que já passou por vários locais do país. Das 10h00 às 17h30 de domingo, os que quiserem aparecer podem juntar-se aos mais de 50 já confirmados e desenhar, ver, perguntar ou mesmo partilhar experiências.“A minha paixão por Vila Franca continua, mas há uns cinco anos que cá não vinha”, explica Dina. Já Rita é frequentadora da cidade. “Tenho cá o meu irmão, os meus amigos, os sítios de juventude. Achámos que era um sítio diferente, com a biblioteca nova, o jardim à beira-rio e a estação de comboios, ideal para quem gosta de desenhar azulejos. Por isto escolhemos estes três pontos, que são próximos”, explica, dando as razões para o evento ser, desta feita, na cidade.Rita e Dina encontraram-se num dos eventos de urban sketching que há pelo país e começaram a trocar experiências. Daí a organizarem estes encontros foi um pequeno passo. “No final comparamos os trabalhos. Não os trocamos. Não é para criticar, é para apreciar o que cada um fez e aprende-se imenso nesses momentos. Vê-se a mesma coisa desenhada em estilos, ângulos, técnicas e visões diferentes. A maior parte das pessoas nem é formada em Belas Artes. Faz isto porque lhes dá prazer porque pode aliar o viajar e desenhar”, assume Rita.A motivação, para as três, é a realidade. “Desde muito cedo que desenho, mas desde os 15 anos que descobri que é uma linguagem muito rica. É uma forma de contacto com a realidade. Gosto de desenhar ao vivo, de sentir as coisas, de ter a presença de todos os sentidos”, explica Isabel.E é isso mesmo que querem ter, dia 17, em conjunto com várias outras dezenas de pessoas, muitas de Vila Franca e de outros locais do Ribatejo.