O Centro de Cultura e Desporto “O Alvitejo” comemorou este mês de Maio os 25 anos da sua secção mais ganhadora e reconhecida: o atletismo. O clube foi fundado em 1986 e em 1 de Maio de 1990 foi criada a secção de atletismo, pela mão de João Fortunato, responsável actual e de sempre e que respira a modalidade. Até 1 de Maio de 2015, os atletas do Alvitejo participaram em 2689 provas e conseguiram o impressionante número de 2316 vitórias individuais, muitas delas obtidas por atletas deficientes, já que o desporto especial é uma aposta forte do clube, através do projecto “Intervir para Integrar”. Por tudo isto, o balanço deste quarto de século só podia ser positivo. “São 25 anos de glória, nos quais conseguimos resultados de relevo: medalhas de bronze no campeonato do mundo de veteranos, medalhas de prata no campeonato da Europa de veteranos, dois recordes do mundo a nível do desporto para deficientes intelectuais, nove recordes do mundo para atletas com Síndrome de Down, muitos títulos nacionais e muitos recordes da Europa a nível do desporto especial. Penso que tem sido um trabalho bem conseguido”, conta João Fortunato a O MIRANTE, apontando a vitória de Vera Serralheiro no campeonato nacional do Inatel, em 1996, na Póvoa de Lanhoso, como o ponto alto destes 25 anos. “Talvez por ser o primeiro título, por ser a primeira alegria para o clube, para a aldeia. Fizemos uma grande festa. Uma miúda de 15 anos tinha ganho às outras todas”, recorda.Vinte e cinco anos depois, as principais dificuldades são financeiras, que motivaram a que, desde há alguns anos, sejam os atletas a pagar a inscrição para as provas do seu próprio bolso. Apoios da Câmara de Santarém já não existem desde 2009. “Nestes últimos seis anos o apoio que temos tido foi zero. Vai-se dando a volta ao texto de outra forma. Há três anos íamos para as provas com 40 ou 50 atletas, neste momento vamos com 20 ou 22”, revela João Fortunato.Para os próximos 25 anos, João Fortunato aponta para uma diminuição no número de provas em que participam atletas do Alvitejo e para a diminuição dos títulos europeus e mundiais dos atletas do desporto especial, por haver cada vez menos condições de irem a provas no estrangeiro. “A tendência dos números é realmente decrescente mas isso não me assusta”, garante o responsável, homenageado pela direcção a 1 de Maio, pela dedicação ao atletismo e ao clube.Regresso do futebol é sonho do presidenteO Alvitejo tem, neste momento, além do atletismo, o BTT Cicloturismo e o chinquilho. O futebol, esse, houve durante muitos anos mas teve de deixar de existir há três, devido a várias razões, a principal das quais a falta de atletas para a prática da modalidade. No presidente do clube, Carlos Duarte, é notório o sonho de reactivar a secção, mas só quando houver condições.“Neste momento é muito difícil. Por um lado há falta de pessoal. Já da última vez que tivemos futebol, mais de 70% dos atletas eram de fora. Por outro lado há a parte financeira. Mesmo para inscrever uma equipa no Inatel e para as deslocações fica tudo muito caro”, explica o presidente, garantindo que se o futebol voltar será sempre para o campeonato do Inatel e nunca, por falta de condições, para os distritais da Associação de Futebol de Santarém, nos quais o Alvitejo participou de 1995 a 2000.