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Comerciantes do mercado abastecedor de Vila Franca de Xira querem novos horários

Comerciantes do mercado abastecedor de Vila Franca de Xira querem novos horários

Vendedores dizem-se “desrespeitados”, falam de falta de organização e acusam a câmara de ter alterado os horários à revelia da sua vontade. Produtos do mercado abastecedor são vendidos à chapa do sol e muitos não aguentam mais de um dia sem se começarem a estragar.

Cerca de uma centena de comerciantes do mercado abastecedor do concelho de Vila Franca de Xira, o principal pólo de comércio de produtos agrícolas por grosso no concelho, está descontente com o novo horário do mercado e queixa-se de estar a ser ignorado pela câmara.Na última semana apresentaram ao município um abaixo-assinado onde pedem para que o presidente, Alberto Mesquita (PS), possa ouvir as suas preocupações. Queixam-se de terem sido “desrespeitados”, falam de falta de organização e dos horários terem sido alterados à revelia da sua vontade. Desde o início do ano que o mercado está a abrir uma hora mais cedo, às 17h00, o que faz com que os comerciantes mal tenham tempo de apanhar os produtos. “É sair do campo e vir a correr logo para aqui, quando cá chego já houve gente a fazer negócio, não pode ser, é um stress tremendo”, queixa-se António Santos. Os comerciantes dizem que a medida está a trazer prejuízos. Belarmino Luís explica que o local é batido pelo sol, não tem qualquer protecção que faça sombra e por isso o novo horário faz com que os produtos “fiquem demasiado tempo ao calor”, o que prejudica a sua qualidade. “Quando vier o Verão ainda será pior”, lamenta. Outra comerciante, Edite Coelho, diz que a medida só contribuiu para que o mercado abastecedor do concelho perdesse clientes e vendedores para o MARL de Loures. “Nem conseguimos almoçar para estar aqui. Estão a rebentar com isto e com o negócio. Muita gente já deixou de vir. Foi muito mau terem alterado os horários sem nos terem consultado”, queixa-se a O MIRANTE. Cada vendedor paga em média mais de 150 euros por mês para ocupar um pequeno espaço no mercado abastecedor. “Estar a pagar isto para quando cá chego já os negócios estarem feitos é muito complicado”, lamenta António Santos.O presidente da câmara, Alberto Mesquita, mostrou-se surpreendido com o abaixo-assinado e frisa que o município “foi de encontro ao que os comerciantes queriam” e prometeu “afinar o que tiver de ser afinado”. Maria de Fátima Antunes, vereadora com o pelouro das actividades económicas, justificou a alteração do horário com um “aumento dos compradores do Alentejo e de Espanha” que preferem comprar mais cedo do que no vizinho Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL). “O MARL é um grande concorrente mas abre mais tarde. O abaixo-assinado não representa a maioria dos vendedores, se querem ajustes vamos analisar e decidir o que for melhor para o interesse dos compradores”, refere a vereadora.O assunto foi também levantado na última reunião pública de câmara pelos vereadores da CDU, com Nuno Libório a dizer que os dados fornecidos à sua bancada não revelavam “a dimensão do problema”. O autarca criticou o facto do novo horário não corresponder às necessidades dos vendedores e apelou a que se retome a via do diálogo. “Propomos que até à próxima reunião de câmara se suspenda o horário e se faça a reavaliação desta situação, com serenidade e boa vontade”, apelou Nuno Libório.
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