uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
O apaixonado pelas tradições que levou de volta a Festa do Bodo à Azinhaga

O apaixonado pelas tradições que levou de volta a Festa do Bodo à Azinhaga

José Rufino guarda pães que enfeitaram tabuleiros nos últimos dezasseis anos

O presidente da Confraria do Divino Espírito Santo, que está a organizar a 5ª edição da Festa do Bodo, e natural da Azinhaga, conta que foi ele quem impulsionou o regresso da festividade religiosa à aldeia do concelho da Golegã, em 1999.

José Rufino é uma figura indissociável da Festa do Bodo. Azinhaguense de gema, foi ele quem impulsionou o regresso da festividade religiosa à aldeia da Azinhaga, em 1999. “Estávamos a perder uma parte muito importante da nossa tradição e esta foi uma maneira de ainda ir buscar testemunhos ao discurso oral das pessoas mais velhas”, explica.Foi juiz da primeira edição da festa e desfilou no cortejo com uma coroa que lhe tinha sido oferecida em 1997 numa cerimónia simbólica, realizada durante a Feira de Maio, que pretendeu mostrar à população a génese da Festa do Bodo. Participaram nessa reconstituição nove pares de crianças da escola primária. “Foi aí que nasceu a vontade de iniciar este ciclo de festas”, lembra.E nunca mais parou. Integrou as direcções das festas de 2003, 2007 e 2011 e é agora presidente da Confraria do Divino Espírito Santo que está a organizar a 5ª edição da Festa do Bodo, que vai decorrer na localidade de 21 a 24 de Maio. Desde o dia de Pentecostes de 2014, 8 de Junho, quando entregaram a coroa ao juiz da festa deste ano, António Saldanha, que começaram a meter mãos ao trabalho.Bancário de profissão, José Rufino dedica todo o seu tempo livre a tratar dos preparativos. Há muita coisa para definir, artistas para contactar, questões logísticas para tratar. Nada pode falhar. A família acompanha-o nestas andanças por amor à terra. A filha, Catarina, de 26 anos, participou nos doze cortejos das quatro edições da festa e apesar de não poder participar este ano, por questões profissionais, fez questão de ser mordoma. Diogo, o filho mais novo, de 24 anos, vai integrar um dos 40 pares dos cortejos. “A minha esposa é uma peça fundamental. Ajuda-me em tudo e tem a paciência para me aturar”, refere o presidente da Confraria.Aos cinquenta anos guarda na memória episódios das Festas do Bodo no ano de 1973 ou 1974, quando tinha seis ou sete anos. Era muito novinho para participar, mas lembra-se dos desfiles, dos toiros à corda, da felicidade da população em cumprir esta tradição cujos primeiros registos remontam ao século XVI. Em casa guarda pães que faziam parte dos tabuleiros que desfilaram ao longo dos anos. “Enrolados em papel vegetal ficam intactos. Faz de conta que são pães acabados de comprar”, afirma.
O apaixonado pelas tradições que levou de volta a Festa do Bodo à Azinhaga

Mais Notícias

    A carregar...