
Ortigão Costa não tinha o lucro como objectivo principal de vida
Vida e obra de médico veterinário, ganadeiro e empresário que se estabeleceu em Azambuja foram evocadas numa conferência em Santarém. “Ele nunca baixava os braços”, recordou o filho Jorge.
O médico veterinário, ganadeiro e empresário Luís Ortigão Costa, falecido em 2010 e que residiu em Azambuja (de onde era natural a mulher) durante mais de 50 anos, foi recordado por um dos filhos, Jorge Ortigão Costa, numa conferência com o tema “Vida e Obra de Luís Ortigão Costa”, que decorreu na 54.ª Assembleia de Investigadores do Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão, na Casa de Portugal e de Camões, em Santarém.Administrador de várias empresas do grupo, Jorge Ortigão Costa recordou o pai como um homem bom, correcto e de palavra, para quem o dinheiro não era tudo. “O objectivo dele não era ganhar dinheiro. O objectivo dele era construir, era o bem estar dos empregados, criar riqueza, desenvolver a região, desenvolver o país. Depois, o dinheiro era uma consequência. Foi uma pessoa sempre muito desprendida do dinheiro. Não tinha o lucro como objectivo principal da sua vida, nem pouco mais ou menos”.As empresas do grupo foram passando, ao longo dos anos, por momentos de dificuldade mas o empresário não era homem de baixar os braços. “Ele dizia: se eu fechar isto é como se me arrancassem os dentes todos da boca. Tivemos altos e baixos mas ele nunca desanimava. Era uma característica que ele tinha. Não baixava os braços”, disse Jorge Ortigão Costa, recuperando o lema de vida do pai: “Trabalhar com honestidade, afinco e sabedoria”. Conhecido por ter sempre mantido uma relação “bastante humana” com os empregados, era a família que Ortigão Costa colocava à frente de tudo e todos. “Era uma pessoa com uma vida muito cheia, muito ocupada, mas sempre com uma grande preocupação pela família. A família, para ele, era uma pedra base, estava à frente de tudo. Pessoalmente, tinha uma grande cumplicidade com ele. Falávamos muito, discutíamos muitos negócios, trocávamos muitas ideias. Aprendi muito com ele. Foi um grande professor”, recordou o filho.Luís Ortigão Costa foi médico veterinário, empresário e ganadeiro. Em 1957 ergueu a fábrica da Sugal, de transformação de tomate, que naquela altura acabou com o desemprego em Azambuja. Em 1963 fundou a Coudelaria Ortigão Costa, com origem num grupo de éguas pretas, compradas a algumas das melhores coudelarias de Portugal e no garanhão preto Fúria de ferro Coimbra.Ao nível tauromáquico, comprou uma ganadaria brava em Espanha, no final dos anos 60, tornando-se numa referência no mundo dos toiros, sempre muito requisitados em Portugal e Espanha. Como reconhecimento da importância da sua figura para a festa brava, a Câmara Municipal de Azambuja deu o seu nome à praça de toiros da vila.

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