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Ainda há jovens que se interessam por política

Ainda há jovens que se interessam por política

Assembleia Municipal Jovem de Vila Franca de Xira decorreu no sábado com 70 participantes a quererem provar que a juventude não está toda de costas voltadas para a política. Tema foi o desporto, mas as sugestões foram muito para além disso.

Ainda há jovens que não se afastam da política e, pelo contrário, gostam e cultivam a participação em fóruns de decisão pública. Foi isso que se viu no passado sábado, no Bom Sucesso, em Alverca, com a realização da Assembleia Municipal Jovem de Vila Franca de Xira. Dedicada ao tema do Desporto, a sessão contou com mais de 70 alunos de 10 escolas do concelho que, por um dia, assumem o papel de deputados, jornalistas e população, tal como decorre numa habitual sessão de assembleia municipal. E a discussão não se ficou pelo desporto, demonstrando a vitalidade e interesse dos jovens pela política.Num momento em que o afastamento da população em relação à actividade política é cada vez maior como se evidencia pelo crescimento da abstenção nas eleições, estes jovens estão em contraciclo e fazem questão de mostrar que o futuro pode contar com eles.Nisso mesmo acredita André Correia. Com apenas 14 anos, foi o líder de bancada da EB 2,3 Soeiro Pereira Gomes e um dos mais activos, apresentando propostas, contra-argumentando e criticando. André, com discurso e postura coerentes, mostra consciência do que é a participação cívica. “Gostei da ideia de jovens poderem dar o seu contributo ao concelho, de participarem activamente na vida do nosso amanhã e o apoio que podemos dar com a nossa visão do concelho. Toda a gente tem a sua capacidade de argumentação e qualquer pessoa pode participar. Eu fi-lo no que acho que é melhor. Participei não só por mim, mas por todo o concelho e por Portugal também”, salientou.Caminho idêntico de participação teve Inês Carvalho, jovem de 18 anos que foi a escolhida para presidente da mesa da assembleia municipal. Candidatou-se ao cargo porque defende a participação cívica, mas compreende o afastamento das pessoas em relação à política. “Percebo e também estou desiludida com a política actual e com a situação económica, mas acho que se os jovens não interferirem, as gerações futuras ainda vão estar piores”, refere Inês, que pretende seguir psicologia e depois, quem sabe, política.Mais certo da escolha está André. Muitos são os que lhe dizem que está destinado à coisa pública e faz questão de explicar o porquê de estar quase decidido o seu futuro profissional. “Agrada-me. A falta de confiança nos políticos leva as pessoas a aderir cada vez menos. Se não partir de nós aderir, nada feito. Há posições que os políticos, nacionais e locais, tomam e com que não concordo. O que tenho de fazer é procurar melhorar a situação do meu país. Um político não pode trabalhar para o seu bolso ou para a sua casa, mas sim para o seu país. É o que às vezes não fazem”.André inspira-se no exemplo dos pais e dos avós, ambos com fases de dificuldade nas respectivas vidas, para intervir directamente como fez no âmbito da assembleia, mas sobretudo para nortear os princípios que quer aplicar quando, um dia, defender as suas posições políticas. “Temos de pensar bem no rumo que estamos a dar ao país, no que podemos fazer para melhorar as suas condições, ter um espírito dinamizador, apostarmos em Portugal e não nos outros países como estamos a fazer actualmente, o que acho que é muito mau para a nossa demografia e democracia”, avisa.Da motivação deste e de outros jovens nasceram, nesta assembleia municipal, discussões e recomendações sobre assuntos tão diversos como obras nas escolas, ordenamento do território, cultura, controlo de obesidade juvenil, bullying, protecção da natureza e, claro, desporto no concelho.
Ainda há jovens que se interessam por política

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