O PSD de Abrantes quer que o cabeça de lista da coligação PSD/CDS pelo círculo eleitoral de Santarém às próximas eleições legislativas seja um militante do PSD do distrito. Essa posição ficou expressa em assembleia de militantes e foi divulgada no blog do PSD abrantino na Internet. O plenário aprovou uma moção apresentada pela comissão política concelhia, liderada por Rui Santos, onde se recomenda à comissão política distrital que proceda à escolha do cabeça de lista e que defenda essa posição junto da direcção nacional do partido.Essa posição é semelhante à que o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, havia defendido em Fevereiro último, quando começou a ser alvitrado o nome da centrista Assunção Cristas, actual ministra da Agricultura, como eventual cabeça de lista da coligação por Santarém. Isto numa altura em que ainda não se sabia se PSD e CDS iriam juntos a votos nas legislativas do início do Outono. O que acabou por cair mal junto da direcção distrital do partido, liderada pelo deputado Nuno Serra, que agora se pronuncia no mesmo sentido do PSD de Abrantes.Instado por O MIRANTE a comentar a posição do PSD de Abrantes, o presidente da comissão política distrital de Santarém do PSD afirmou que também gostaria de ver um militante do partido, e de preferência da região, a liderar a lista da coligação por Santarém. No entanto, Nuno Serra referiu que irá manifestar essa posição à direcção nacional, recordando que é a esta que cabe a escolha do cabeça de lista. E, neste caso, essa escolha terá ainda de ser articulada com a direcção do CDS/PP. Em Fevereiro Ricardo Gonçalves havia defendido que deve ser um militante do PSD a liderar a lista de candidatos a deputados, caso houvesse coligação. “Seria lamentável se isso acontecesse”, disse Ricardo Gonçalves quando confrontado com a possibilidade de Assunção Cristas ser cabeça de lista, referindo a fraca expressão eleitoral do CDS no distrito de Santarém.O presidente da distrital de Santarém do PSD, Nuno Serra, confessou na altura ter ficado surpreendido com essas declarações, considerando “extemporâneo” e “prematuro” estar a falar no assunto quando ainda nem se sabia se os dois partidos iam concorrer coligados. “É só ruído. Não está nada em cima da mesa. Por isso fiquei espantado por a questão ter sido levantada pelo presidente da Câmara de Santarém”, afirmou.Ricardo Gonçalves justificou que a sua declaração foi feita no sentido de que a distrital social-democrata de Santarém se devia bater para que a lista às legislativas, caso houvesse coligação, fosse liderada por um militante do partido.