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“O meu pai foi o melhor mestre que podia ter”

“O meu pai foi o melhor mestre que podia ter”

Entorses, contracturas musculares e roturas de ligamentos fazem parte do quotidiano do fisioterapeuta

João Simões divide os seus dias entre as consultas de fisioterapia, o part-time num supermercado e os treinos das equipas do Hóquei Clube Os Tigres, de Almeirim.

Sempre disse que não queria ser massagista como o pai, Eliseu Simões. Sonhava seguir uma carreira como médico ou enfermeiro, mas na hora de concorrer para a faculdade a média do secundário não foi suficiente para entrar em nenhum desses cursos.Enquanto decidia o que realmente queria fazer no futuro, começou a ajudar o pai no consultório de massagens que tem em Almeirim. Dia após dia foi tomando o gosto à profissão e, aos 19 anos, decidiu ir para Lisboa tirar os cursos de técnico de fisioterapia e introdução à homeopatia. À medida que ia tirando o curso, continuava a passar largas horas junto do pai a praticar e, sobretudo, a aprender. “O meu pai foi o melhor mestre que eu podia ter. Foi com ele que aprendi 90% do que sei fazer”, garante.As entorses, contracturas musculares, pés torcidos, hérnias discais e roturas de ligamentos passaram a fazer parte do seu dia-a-dia. João lembra até que, a certa altura, já estava tão avançado em relação aos seus colegas de turma que os professores muitas vezes lhe pediam para dinamizar alguns exercícios nas aulas práticas.Em 2000, foi convidado para ser massagista do União Futebol Clube de Almeirim, onde tinha jogado futebol durante alguns anos na altura em que o pai era massagista do clube. Por lá esteve dez anos, mas acabou por sair em 2010 apesar de reconhecer que esta foi uma das experiências mais enriquecedoras que teve a nível profissional.E porque quando se fecha uma porta, abre-se uma janela, algum tempo depois João foi desafiado para ser massagista do Hóquei Clube “Os Tigres”. Quando assiste aos jogos do filho de oito anos, João gosta de separar as águas e tenta abstrair-se do seu papel de pai.Apaixonado pelo trabalho, João chegou a dar consultas no consultório que a família tinha na Freixianda, concelho de Ourém, e também a fazer domicílios em casa de clientes. Pensou até em ser comissionista de seguros ou de telemóveis, mas logo desistiu da ideia por considerar que não tinha perfil para o cargo.Quando a crise começou a bater à porta e os pais deixaram de vender produtos naturais no consultório, foi em busca de outras opções e começou a trabalhar num supermercado em Almeirim. “Ia só fazer a campanha de Natal, mas acabei por ficar e já lá estou há seis anos”, explica o massagista de 35 anos.Os seus dias são um rame-rame. Acorda às seis da manhã e trabalha até às 10h30 no supermercado. As tardes são passadas no consultório, a tratar da saúde aos músculos e articulações dos pacientes. À noite está com os jogadores de hóquei nos treinos, que muitas vezes se realizam em Vialonga. Os fins-de-semana são também eles passados em trabalho a acompanhar a equipa nos jogos. O pouco tempo livre que tem, dedica-o todo à esposa e aos dois filhos. “É necessário ter a capacidade de mudar o chip e adaptar-me aos diferentes contextos por que vou passando ao longo do dia”, salienta.Sempre com um sorriso nos lábios e disposto a ajudar os outros, João Simões garante que nada o faz mais feliz do que ouvir os seus pacientes dizerem que têm menos dores e perceber que o seu trabalho ajuda a melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas.
“O meu pai foi o melhor mestre que podia ter”

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