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Dono de discoteca pede desculpa a portador de Trissomia 21 impedido de entrar 

Começo por declarar que, felizmente, não sou portadora de Trissomia 21. Posto isto digo que, durante a minha juventude fiquei muitas vezes à porta de discotecas porque, ou o porteiro não gostava da minha cara, ou não gostava da roupa que eu levava ou, pura e simplesmente, porque estava aborrecido com alguma coisa e lhe apetecia aborrecer alguém. A culpa de eu ficar à porta era minha, descobri depois. Aqueles locais podem seleccionar quem entra. É normal ver escrito à porta o aviso “Reservado o Direito de Admissão”. Ou seja, eu é que aceitava, livremente, as regras e aceitava ser avaliada em termos de aspecto, por um camelo qualquer a quem tinham nomeado porteiro. Compreendo que, tratando-se de um portador de Trissomia 21 a situação indigne muita gente. Eu própria fiquei sentida por se tratar de pessoa que não terá as mesmas armas que a maioria para defender os seus direitos. Não é difícil perceber que foi esse facto que levou a porteira a não o deixar entrar mas ninguém a ouviu dizer tal coisa nem ela, infelizmente, o irá admitir. Quanto ao gerente da discoteca ele lamenta o sucedido mas sabe que nem todas as pessoas são autorizadas a entrar. Feias, lindas, gordas, magras, mal vestidas, bem vestidas, mal cheirosas, bem cheirosas, ciganos, arianos, negros, ricos, pobres...qualquer um pode ser vítima de discriminação à porta de uma discoteca. Façam uma pesquisa na net e vejam lá quantos artistas, por exemplo, já se queixaram... o ano passado o atleta Nelson Évora foi impedido de entrar numa discoteca e a justificação foi que algumas das pessoas que vinham com ele “estavam desenquadradas em termos do ambiente” da mesma, ou seja, “não corresponderiam ao ‘dress code’ exigido”.Manuela Fontes 

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