
Povoense fez a festa e levou a Taça da AF Lisboa
Cerca de 500 adeptos foram a Sintra apoiar a equipa na tarde de domingo
Clube da Póvoa de Santa Iria venceu por 2-1, frente ao Lourinhanense, no prolongamento, tendo obtido os dois golos através de grandes penalidades. Treinador vitorioso diz que houve justiça no resultado.
Foi preciso esperar 120 minutos para fazer a festa, mas o facto é que os cerca de 500 adeptos do Povoense nunca deixaram de acreditar que a sua equipa iria vencer a Taça da Associação de Futebol de Lisboa, no passado domingo. A equipa da Póvoa de Santa Iria bateu o Lourinhanense por 2-1, mas esteve a perder por 1-0 até ao minuto 80. O segundo golo só chegaria já no prolongamento.De facto, festa só mesmo no final. Apesar do muito público nas bancadas do Campo Conde Sucena, em Sintra, a maior parte chegou em cima do início do encontro. E mesmo os que chegaram cerca de 30 minutos antes ficaram pelo bar para ver o futsal entre Benfica e Sporting, ao mesmo tempo que se refrescavam do calor abrasador. Só mesmo perto do início do encontro as bancadas se começaram a compor. Nada de petiscos, febras, entremeadas, apesar de alguns adeptos terem vindo de autocarro. Nada estava preparado. Afinal, não estávamos no Jamor.Houve mesmo quem chegasse depois do encontro começar. Foi o caso de Teresa Rocha, mãe de Hugo Rocha, central do Povoense que não marcou nenhum dos tentos da vitória, mas evitou um golo quase certo. “Gosto de ver futebol, mas com calma. O meu pai e tios eram jogadores no Botafogo da Ilha de Fogo, em Cabo Verde, por isso gosto de vir ver os jogos, mas nada de claques, até porque sou uma senhora!”, exclamou, entre risos.Descrente depois do golo do Lourinhanense, Teresa esteve serena, ao contrário das muitas bocas que saíam da numerosa claque do Povoense, contrastando com o quase total silêncio dos adeptos do Lourinhanense. Não explodiu no empate, mas notou-se a confiança a subir no rosto.Com o 2-1 da vitória expandiu-se e festejou, olhando de cima, orgulhosa, para o filho. “No Povoense está na terceira época. Esteve na Escolinha do Benfica, nos iniciados, infantis e juvenis. Depois saiu para o Massamá, estudou, regressou para o Sanjoanense e o Borrego foi buscá-lo para o Povoense. Tem 23 anos, ainda tem muito para dar. Ele acabou o curso de Gestão Empresarial e começa segunda-feira no novo trabalho. Essa é a parte que mais gosto, porque tem capacidade para ser um bom gestor”, admite.No meio da festa desceu ao relvado, depois de entregue a Taça, para festejar com o filho, num abraço de mãe. “Não tinha dúvidas de que iríamos vencer. Estou satisfeita porque eles mereciam. Logo, em casa, abrimos uma garrafa de champanhe pequenina, para demorar menos tempo, porque amanhã é dia de trabalho”, frisou.Já Hugo não cabia em si de contente, defendendo a justiça do resultado. “Quero dedicar esta conquista a todos os sócios do Povoense, a todos os que vieram até aqui, ao presidente, à equipa e à minha mãe”, atirou.Triunfo suado e polémico Quanto ao jogo, o Povoense venceu depois de ter estado a perder até aos 80 minutos. Teixeira marcou para o Lourinhanense aos 37, aproveitando a passividade defensiva do Povoense. No reatamento, os comandados de João Borrego mostraram outra atitude, mas apenas conseguiram marcar numa grande penalidade duvidosa, por intermédio de Bitó. Com a chegada do prolongamento e com o cansaço físico a ser evidente, o maior desperdício ainda foi para o Lourinhanese, com Angola, isolado, a rematar ao lado. Nova grande penalidade, aos 115 minutos, também com algumas dúvidas, deu o triunfo ao Povoense, com a tranquila conversão de Ijair.No final, o técnico do Povoense, João Borrego, fala em justiça. “Foi um objectivo para a época, apostámos e conseguimos. Os jogadores acreditaram sempre até à última e parabéns a eles por isso. Fomos justos vencedores e mostramos qualidade. Na primeira parte estivemos ansiosos e lentos. Alterámos ao intervalo, melhoramos e merecíamos ter ganho o jogo antes do prolongamento”, concluiu.

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