Cartaxo tem que abandonar campo de futebol da Quinta das Pratas nos próximos dias
Município foi notificado pelo tribunal para entregar terreno ao proprietário
Está por dias a saída do Sport Lisboa e Cartaxo (SLC) do campo de futebol da Quinta das Pratas. A confirmação é dada a O MIRANTE pelo presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro (PS). Os dirigentes do clube pediram para que a saída acontecesse depois da realização de um torneio organizado pelo clube e que decorreu no primeiro fim-de-semana de Junho. A direcção do SLC está em negociações com o proprietário do terreno para tentar chegar a acordo.O município foi notificado pelo tribunal para pagar 2500 euros por mês, com juros, desde 31 de Março de 2012, até à data de entrega do campo da Quinta das Pratas. Caso seja cumprida esta decisão do tribunal, o clube, que treina e joga no local, vai ter que abandonar o equipamento. Uma situação que a autarquia está a tentar resolver avançando para a expropriação do terreno. Pedro Ribeiro já reuniu com o secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, para expropriar o terreno onde está construído o campo de futebol da Quinta das Pratas invocando a figura de utilidade pública.O objectivo é evitar a devolução do equipamento e o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros ao proprietário, Manuel Marques, conforme determinou o tribunal. Com a acção em tribunal, o proprietário do terreno, Manuel Marques, pretende que a devolução do campo seja feita imediatamente, não existindo qualquer vontade em chegar a acordo com a autarquia. Entretanto, o município está a tentar encontrar soluções alternativas para o clube poder treinar, nomeadamente num campo pelado junto ao campo de futebol da Quinta das Pratas. “Estamos a ver orçamentos para perceber se é possível o clube treinar ali”, explicou Pedro Ribeiro em sessão camarária.“A situação do Sport Lisboa e Cartaxo é muito grave. Toda a informação que tenho trazido para conhecimento da câmara ao longo do mandato é consequência de decisões tomadas em 2007 [durante a presidência do socialista Paulo Caldas] e, como já referi muitas vezes, decorre do município se ter comprometido com algo que não tinha competência para cumprir e ter deixado terminar o contrato, no anterior mandato, sem encontrar solução para o problema que tinha sido criado”, criticou o presidente Pedro Ribeiro em Abril deste ano.O contrato assinado em 2007 incluía uma cláusula na qual o município se comprometia a indemnizar o proprietário em 500 mil euros se até ao fim do contrato não tivesse alterado o Plano Director Municipal (PDM) de acordo com interesses expressos do proprietário do terreno. “Este é um compromisso que o município não podia assegurar pois a aprovação do PDM nem sequer depende da autarquia (tem que ser aprovado pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) e pelo Conselho de Ministros) e passados cinco anos não avançou”, sublinha o autarca.Pedro Ribeiro explica que realizou diversas reuniões para chegar a acordo com o proprietário mas que tal nunca foi possível. O município invoca o facto de o terreno ter mantido a mesma utilização durante as últimas décadas e ter sido sempre um campo desportivo, para justificar a necessidade de avançar com o pedido de estatuto de utilidade pública.
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