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Primeiro o inglês

Divulgação

Alguns cidadãos do concelho de Vila Franca de Xira ouvidos por O MIRANTE a propósito da possibilidade de vir a ser ensinado mandarim na escola oficial dizem não ter nada contra e consideram ser uma mais-valia na preparação dos jovens. A maioria confessa que não se importa de mandar os filhos e os netos aprender mandarim mas apenas como segunda língua estrangeira porque o inglês está primeiro.

Dulce Munhoz, 37 anos, Designer“Mandarim é o futuro”Se a disciplina de mandarim estivesse disponível na escola Reynaldo dos Santos quando Dulce Munhoz aí frequentou as aulas, essa teria sido a sua opção. Dulce defende que a língua mais falada na China é o futuro e que proporcionar aos jovens de hoje a sua aprendizagem é a melhor maneira de os preparar para lidar com uma nação que está a dominar o mundo em termos comerciais. “Tenho pena de não haver essa disciplina quando estudei porque teria sido a minha opção. Acho esta iniciativa muito interessante”. Como mãe diz que a opção será do filho.Jorge Carvalho, 33 anos, funcionário público“Aproximar-nos do mundo”“Aprender essa língua é de certeza importante. Qualquer língua ajuda-nos a aproximarmo-nos do mundo e de outras comunidades, ainda por cima de mercados emergentes e com grande potencial”, defende Jorge Carvalho. É da opinião que a aprendizagem do mandarim abre portas para que os jovens de hoje possam ter sucesso numa das maiores nações do mundo. Diz que não se importava de meter os filhos a estudar mandarim, desde que essa fosse a sua vontade. “Deve ser uma decisão que parta das crianças e da visão que os pais tenham sobre esse assunto”, conclui.António Dinis, 51 anos, empresário“Inglês primeiro e mandarim só depois”Na opinião de António Dinis, aprender mandarim no secundário pode ser útil mas sempre como segunda língua. A prioridade, defende, deve ser dada ao inglês. “Devíamos desenvolver mais o inglês nas escolas, porque há muita gente que não sabe ainda falar inglês correctamente e essa é uma língua mais global que o mandarim. Para mim o inglês deve sempre vir primeiro”, defende. Apesar disso, diz que saber ler e escrever em mandarim pode vir a ser útil para os jovens alunos, ainda para mais quando a economia portuguesa está doente e não há trabalho para todos os que precisam. Justino Pisco, 48 anos, taxista“O futuro está na China”Poder comunicar com a nação mais rica e poderosa do mundo é a grande mais-valia de saber falar mandarim, diz Justino Pisco. “Eles é que têm o dinheiro, a indústria e o trabalho, isso será fundamental. Aqui em Portugal estamos em crise, não há trabalho para nós quanto mais para os jovens, por isso acho que pode ser muito bom para eles terem mais esse conhecimento”, defende. Justino entende, no entanto, que o inglês continua a ser fundamental. “Não se deve esquecer o ensino do inglês. O mandarim pode ser uma salvaguarda para o caso de alguma coisa não correr bem”.Carlos Medeiros, 65 anos, cabeleireiro“O inglês não pode ser esquecido”Carlos Medeiros acha interessante a aprendizagem do mandarim mas para ele a primeira língua estrangeira que deve ser aprendida é o inglês. “A língua universal é o inglês. É a língua do futuro. Primeiro o inglês e só depois o chinês”, opina. Carlos admite que aprender mandarim, uma língua diferente das línguas latinas, possa ser “muito complicado” e uma “carga de trabalhos” para a juventude. Mesmo assim acredita que o início destas aulas em Vila Franca de Xira pode ser útil para os jovens e diz que se trata de uma boa notícia. Não hesitaria em enviar o neto para a escola aprender mandarim.Deolinda Fernandes, 76 anos, aposentada“O saber não ocupa lugar”Para Deolinda Fernandes “o saber não ocupa lugar” e por isso aprender mandarim pode sempre vir a ser uma mais-valia para os jovens de Vila Franca de Xira. “É boa ideia. Já temos muitos chineses a viver connosco e integrados na nossa comunidade, um dia isto vai ser tudo dos chineses na mesma, eles é que investem cá, nós estamos cada vez mais pobres e eles mais ricos. Vai ser bom para os jovens”, defende. Deolinda diz que já basta a ignorância em que se viveu no tempo de Salazar. “Não se aprendia e não se sabia nada”.

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