uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

“Os genéricos são uma boa alternativa aos medicamentos de marca”

Pedro Correia de Oliveira, 46 anos, empresário na área das farmácias, Almeirim

Pedro Correia de Oliveira vive em Almeirim desde 1994, mas tem as suas raízes na pequena aldeia de Farminhão a 12 quilómetros de Viseu. Não concluiu os cursos de Engenharia Mecânica e Ciências Farmacêuticas, mas considera que a frequência de ambos lhe deu ferramentas fundamentais para fazer uma boa gestão das suas quatro farmácias. Apaixonado por motas, o empresário de 46 anos gosta de conciliar o trabalho com esta paixão que passou aos seus filhos gémeos. Também adora cães embora actualmente não tenha nenhum e gosta de tocar piano e órgão.

Sempre gostei muito de carros, tractores e máquinas em geral. Por esse motivo ingressei no curso de Engenharia Mecânica na Universidade de Coimbra. Tínhamos muita matemática e química, mas na parte prática o curso não era bem como eu pensava. Cheguei a explicar o funcionamento de certos equipamentos aos professores mas não acabei o curso. Nos anos 90, para se ter propriedade de farmácia era preciso ter a licenciatura em Ciências Farmacêuticas ou ser aluno de farmácia. Como estava desiludido com a Engenharia Mecânica, mudei para Ciências Farmacêuticas.Comecei a namorar com a minha mulher, Conceição, em Coimbra. A minha ligação a Almeirim vem dessa altura. Ela tinha cá os padrinhos e vinha passar férias para aqui. Eu sou de uma aldeia chamada Farminhão, a 12 quilómetros de Viseu. Sou beirão. Quando descobri que ia ser pai de gémeos fartei-me de rir mas a minha esposa não sabia se havia de rir ou chorar. Pouco tempo antes de ir a uma das primeiras ecografias, fiz uma cadeira de Embriologia e quando olhei para o ecrã disse logo que eram dois. Correu tudo bem com a gravidez. Quando os meus filhos eram pequeninos, confundia-os muitas vezes mas agora já não. Nas fotografias mais antigas, eu e a minha esposa tínhamos o cuidado de pôr o nome deles para os conseguirmos distinguir.Ainda estou matriculado em Ciências Farmacêuticas. Quando mudei para esse curso, tinha o estatuto de trabalhador-estudante e quando a Farmácia Barreto do Carmo, em Almeirim, foi demolida fui eu quem supervisionou esse processo. Comecei a envolver-me nos assuntos da farmácia, casei, tive os meus filhos e acabei por não terminar o curso. Faltam-me algumas cadeiras.Ao longo dos anos fui tirando inúmeros cursos da Associação Nacional das Farmácias. Socorri-me dos conhecimentos que adquiri na minha passagem pelos cursos de Engenharia Mecânica e Ciências Farmacêuticas e percebi que isso foi importante. Na prática não exerço funções de farmacêutico mas tenho as ferramentas necessárias para fazer a gestão das farmácias.Os genéricos são uma boa alternativa aos medicamentos de marca. Estão bem implementados no mercado e ainda têm espaço para algum crescimento. A qualidade dos genéricos está garantida e não faz sentido as pessoas continuarem a pensar que os genéricos não são eficazes.O meu trabalho nem sempre é fácil mas dá-me prazer. Gosto de poder ajudar as pessoas. Muitas vezes, no apoio às populações no Chouto e no Semideiro temos de levar medicamentos que lá não estão disponíveis. Quando os volumes de medicamentos a transportar são pequenos fico todo contente porque posso ir de mota e assim alio o prazer de trabalhar ao meu grande hobby que é andar de mota. Os meus filhos herdaram esta minha paixão pelas motas apesar de eu estar sempre receoso que lhes possa acontecer alguma coisa.Como trabalho com a minha esposa é difícil não levarmos as questões do trabalho para casa. O meu filho Jaime quer seguir Farmácia e o José pensa estar mais inclinado para Gestão. Poderá ser uma forma de um dia os dois assegurarem o negócio da família (risos).Gosto muito de tocar piano e órgão. Quando estou na minha quinta em Farminhão ainda costumo tocar. Algumas vezes tenho de olhar para as pautas, mas por norma as notas saem naturalmente. Tenho pena que os meus filhos não tenham tido oportunidade de aprender a tocar piano ou órgão aqui em Almeirim.Mariana Apolónia

Mais Notícias

    A carregar...