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“Ser notária é uma profissão que exige muita responsabilidade”

“Ser notária é uma profissão que exige muita responsabilidade”

Clara Rodrigues trabalha no Cartório Notarial de Salvaterra de Magos há nove anos

Trabalhou vinte anos como escrivã em tribunais, mas decidiu sair dessa carreira e abraçar um cargo como notária, após se ter licenciado em Direito como trabalhadora-estudante. Adora o que faz e sente-se feliz a trabalhar na vila ribatejana.

Clara Rodrigues, 50 anos, é uma profissional muito exigente consigo própria que não lida bem com o erro e gosta de deixar o verbo “falhar” bem longe do seu dicionário. Depois de trabalhar duas décadas como escrivã em tribunais, decidiu sair e enveredar pela carreira de notária no Cartório Notarial de Salvaterra de Magos, onde está desde Dezembro de 2006.“Salvaterra de Magos foi a minha primeira opção. Queria trabalhar num sítio pequeno e próximo de Lisboa, com um bom arquivo de preferência”, brinca a notária, enquanto desfolha pastas de arquivo com cerca de duas centenas de anos. Na vila ribatejana, sente-se feliz e realizada profissionalmente.As suas semanas são uma roda viva entre Salvaterra de Magos e Sintra, onde reside. Acorda todos os dias às 06h30 e pouco depois das oito da manhã já está a trabalhar. As viagens de volta para casa são inevitavelmente passadas a pensar nos problemas do trabalho. “Ser notária é uma profissão que exige muita responsabilidade. Lido com questões difíceis e há muito em que pensar”, admite a profissional, natural de Vila Real. Muitas vezes dá por si a pensar como são felizes as pessoas que exercem funções que não exigem tanta responsabilidade, mas na verdade adora a sua profissão.Depois de concluir o ensino secundário na área de Ciências e Tecnologias, Clara candidatou-se aos cursos de Enfermagem e Engenharia Civil e também a um concurso para oficial de justiça. Assustada pela ideia de trabalhar o resto da vida por turnos, desistiu do sonho de ser enfermeira e ingressou no curso de Engenharia Civil. “Era uma área com futuro naquela altura de ‘boom’ na construção civil”. Durante algum tempo tentou conciliar a faculdade com o estágio de oficial de justiça, mas acabou por se render aos tribunais.Volvidos vinte anos de trabalho, estava desiludida com a função pública. As promessas de progressão na carreira não passaram de uma miragem e Clara sentia necessidade de obter mais formação. Aos 35 anos, decidiu estudar Direito enquanto trabalhava no Palácio da Justiça, em Lisboa. “A minha vasta experiência com tribunais ajudou-me muito na parte prática do curso”, salienta.Quando terminou o curso, em 2004, deu-se a privatização do notariado. Estagiou como notária em Lisboa com um notário que trabalhou em Salvaterra de Magos, nascendo aí a primeira ligação à vila ribatejana. Tomou posse no Cartório Notarial da localidade há nove anos e está feliz com a sua escolha.Desde cedo que Clara começou a trabalhar durante os períodos de férias lectivas para arranjar algum dinheiro para as suas coisas. A par com a tarefa de cuidar dos cinco irmãos mais novos, trabalhou como monitora nas Ocupações de Tempos Livres (OTL) e exerceu funções como administrativa em algumas escolas de Vila Real. Prendada para a costura, aproveitava também os tempos livres para fazer algumas peças de roupa. “Naquela altura não existiam as lojas de roupa barata que temos hoje e eu ia fazendo umas roupas para mim e para os meus irmãos como forma de economizar”, explica.
“Ser notária é uma profissão que exige muita responsabilidade”

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