Novas ETAR de Riachos e Torres Novas são passo importante para despoluição do Almonda
Requalificação dos equipamentos tem que ser acompanhada de fiscalização sobre empresas poluidoras
Durante a inauguração foram dirigidas duras críticas a quem faz descargas poluentes para o rio. “Actos aberrantes contra a natureza que deveriam envergonhar quem os pratica”, afirma o autarca Pedro Ferreira.
Uma nova esperança para a despoluição do rio Almonda é o que autarcas e cidadãos sentem ao verem requalificadas as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Torres Novas e Riachos, que foram inauguradas na manhã de segunda-feira, 27 de Julho. Obras que chegam com muitos anos de atraso, numa altura em que o rio volta a estar na ordem do dia devido à poluição.“Os prejuízos para o ambiente estão à vista e não vale a pena esconder. Não culpo ninguém mas a verdade é que houve sempre um adiamento da situação até encontrarmos a melhor solução que foi com certeza a nossa entrada para a Águas do Ribatejo em 2011”, reconheceu o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira (PS).A requalificação das duas ETAR custou oito milhões de euros, co-financiados por fundos comunitários. Estas duas intervenções, efectuadas pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo (AR), estão preparadas para um período de 20 anos e para uma população equivalente a 35 mil pessoas em Torres Novas e 40 mil em Riachos.Os novos sistemas estão preparados para tratar águas residuais urbanas e também alguns efluentes industriais pré-tratados, desde que com prévia autorização e monitorização da AR. No entanto, todos reconhecem que é essencial continuar e até reforçar a fiscalização ao longo da bacia do Almonda, para onde as empresas têm feito descargas industriais poluentes especialmente nas últimas semanas. “Actos aberrantes contra a natureza e que deveriam envergonhar quem os pratica”, afirma Pedro Ferreira.“Não podemos criar a ilusão de que estes novos sistemas de tratamento vão resolver todos os problemas de agressão ao meio ambiente sobretudo no Almonda e na Reserva do Paul do Boquilobo”, alertou o presidente do conselho de administração da AR, Francisco Oliveira, salientando que a maior ameaça irá prevalecer se não se criarem condições para as empresas tratarem os seus efluentes em sistemas próprios ou nas ETAR do concelho. A autarcas e cidadãos, o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, garantiu um aperto na fiscalização às empresas prevaricadoras. “Desengane-se quem pensa que é possível continuar a produzir e a gerar actividades económicas continuando a fazer descargas ilegais à espera que ninguém note”, alertou o ministro.O presidente da Câmara de Torres Novas aproveitou a presença do ministro do Ambiente para lhe deixar um recado: “Senhor ministro, será essencial reservar em sede orçamental do município e do governo verbas para ajudar a recuperar e requalificar a bacia do Almonda e a Reserva do Paul do Boquilobo sem omitir a limpeza da Vala das Cordas e do Pereiro que prejudicam o grande potencial agrícola de Riachos e da Golegã”.“Operação Almonda em curso”Recorde-se que está em curso desde dia 20 de Julho a “Operação Almonda”, que pretende combater os graves problemas de poluição do rio através de vistorias surpresa, duas vezes por semana, a todos os efluentes do curso de água desde a nascente à foz e também às empresas que laboram naquela zona. A iniciativa junta representantes das câmaras municipais de Torres Novas e Golegã, Associação Portuguesa do Ambiente (APA), Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
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