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Férias são oportunidade para jovens experimentarem trabalhar

No Dia Internacional da Juventude O MIRANTE falou com quatro jovens sobre como ocupam o tempo livre
No Dia Internacional da Juventude, 12 de Agosto, O MIRANTE foi descobrir como estão os jovens da região a ocupar as suas férias lectivas. Alguns aproveitam para trabalhar para ganhar algum dinheiro e ter mais independência, mas há quem prefira continuar a fazer do Verão uma equação entre descanso e praia.Cristiana Ponte poderia ter umas férias descansada na praia ou a passear com os amigos, mas decidiu ocupar as férias a trabalhar em simultâneo numa loja de roupa e num restaurante, em Almeirim. Conseguir arranjar dinheiro para ir estudar cinco meses para a República Checa é o objectivo do esforço da jovem de 22 anos. Durante a semana trabalha apenas na loja de roupa e aos fins-de-semana reparte-se entre os dois empregos. A tão desejada folga chega apenas à terça-feira e não lhe resta muito tempo para a família e amigos. Confessa que lá no fundo tem “um bocadinho de inveja” de quem não precisa de trabalhar, mas “ser-se independente e não ter de estar sempre a pedir dinheiro aos pais é muito bom”.Trabalhar não é uma novidade para a jovem estudante de Desporto, Condição Física e Saúde na Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Sempre trabalhou durante as interrupções lectivas e desde que entrou para a faculdade tem conciliado os estudos com um part-time. Nunca o fez por imposição dos pais, mas por vontade própria. “Claro que não é o sonho de um pai ver um filho a trabalhar mas às vezes é necessário. Se formos nós a tomar essa iniciativa, é mais fácil para eles e mais gratificante para nós”, salienta.Na opinião de Cristiana, “não fazer nada é bom mas três meses de férias é tempo demais”. Perto da loja onde Cristiana trabalha Catarina Domingos dedica-se ao ócio, sentada na cama a falar com as amigas no Facbeook. É nas redes sociais e a ver televisão que a adolescente de 16 anos ocupa grande parte dos seus dias em que acorda quase sempre depois das 13h00. As férias são literalmente um sinónimo de praia e descanso e quanto menos tiver que fazer, melhor.Catarina reconhece que não se imagina a trabalhar numa fábrica ou no campo. Já lá vai o tempo em que os campos agrícolas se enchiam de ranchos de adolescentes e jovens dispostos a fazer as campanhas de fruta durante todo o Verão. A “moda” é agora ser, por exemplo, monitora de crianças em campos de férias ou nas Actividades de Tempos Livres (ATL). Um tipo de trabalho que Catarina já não se importaria de fazer. Já Ricardo Relvas não se importa de meter mãos ao trabalho seja no que for. Há poucas semanas, a sede de independência levou o jovem de 20 anos a trocar o sofá por umas horas de serviço numa pizzaria em Santarém. “Prefiro estar a trabalhar do que em casa sem fazer nada. Assim faço novos amigos e ganho algum dinheiro para as minhas coisas”, explica o estudante da Escola Superior de Desporto de Rio Maior.“Querer trabalhar e não conseguir é o problema”Ana Gonçalves tem 24 anos e quer arranjar emprego nas férias mas ainda não conseguiu. Está a terminar o curso superior em Turismo e diz que não se importava de trabalhar na agricultura mas o problema é que há pouco trabalho nessas actividades perto de Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, onde reside. Durante toda a sua vida de estudante sempre foi habituada a suar a camisola nas férias de Verão, não tanto pela necessidade de arranjar dinheiro para pagar o curso mas porque sempre gostou de obter currículo e de crescer enquanto pessoa. “Num dos anos trabalhei na central de reservas dos hotéis Tivoli, depois num Pingo Doce, no CEBI em Alverca e até cheguei a tomar conta de crianças”, recorda a O MIRANTE. “Aflige-me querer trabalhar e não conseguir”, confessa. Enquanto não arranja emprego, a jovem de 24 anos vai ocupando o tempo a conviver com os amigos e a estudar.

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