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Coleccionador de animais quer criar um parque zoológico na Murta

Coleccionador de animais quer criar um parque zoológico na Murta

Joaquim Fitas tem animais de mais de uma centena de espécies diferentes na sua propriedade no concelho da Chamusca
Dromedários, mochos, cangurus, falcões, gazelas, zebras, cisnes, veados. Esta é apenas uma pequena amostra das mais de uma centena de espécies que o coleccionador e vendedor de animais Joaquim Fitas tem em sua casa e quer levar para o futuro parque zoológico que sonha criar na Murta, concelho da Chamusca.A ideia surgiu há poucos meses. Dono de um terreno desocupado com 10 hectares, Joaquim pensou como seria útil aproveitar esse espaço e criar um parque para mostrar os seus animais e dinamizar o turismo na localidade. O projecto ainda está a ser elaborado, mas o coleccionador de 43 anos tenciona ocupar quatro hectares do terreno para exposição de animais e um hectare para turismo rural com alojamento, oito bungalows e espaços destinados à restauração e lazer. Um projecto ambicioso que Joaquim espera estar concluído em 2017.Apaixonado por animais desde pequeno, decidiu trocar o emprego como director técnico de um centro de inspecção automóvel e dedicar-se em exclusivo à colecção e compra e venda de animais a partir de 2007. Começou por coleccionar alguns animais mais comuns como pombos, patos e galinhas passando depois para os mamíferos de grande porte, os répteis e outros animais selvagens e exóticos.Foi com o joelho ligado e a coxear que Joaquim Fitas esteve à conversa com O MIRANTE numa visita guiada pela sua casa, onde tem mais de um milhar de animais. Conta que escorregou e caiu enquanto carregava uma carrinha com 11 veados para um cliente, assustando os animais que acabaram por lhe passar por cima. “Ossos do ofício”, constata quem já foi mordido por uma capivara, uma zebra e uma cobra. Na sequência do acidente, Joaquim está a passar uma temporada na Murta mas nem sempre é assim. Sem mulher nem filhos, ocupa grande parte dos meses do ano a vaguear pela Europa, de país em país, a comprar e a vender animais. Na sua ausência, são os pais que tratam dos animais. Na Murta todos o conhecem e Joaquim agradece a boa vizinhança que sempre compreendeu esta sua actividade. “O burro é o despertador da Murta às quatro da manhã e os outros animais apitam a qualquer hora do dia ou da noite”, conta animado.Para Portugal, importa espécies exóticas que fazem o regalo dos seus compradores que não se importam de gastar, por exemplo, dez mil euros numa zebra fêmea. Na região, as aves de capoeira, como pombos e galinhas, continuam a ser as espécies mais procuradas. Com regularidade aluga animais para alguns eventos.Considera-se um “louco” e confessa que o seu maior arrependimento é não se ter dedicado aos animais mais cedo. Os mamíferos continuam a ser os seus preferidos e os répteis aqueles de que menos gosta. Diz que as aves são mais fáceis de manusear que os mamíferos e elege as preguiças como os bichos mais estranhos que já teve. “As preguiças parecem bichos muito calmos mas na verdade são bem perigosos e uma unha delas pode rasgar um homem ao meio”, salienta.Defensor incansável dos animais, aplaude a mais recente legislação que pune quem maltrata animais. Afeiçoa-se com facilidade aos animais que vai criando a biberon, dá-lhes nomes e diz-se incapaz de os vender. Enquanto a perna sara, aguarda a chegada de mais tapirus, zebras e bisontes.
Coleccionador de animais quer criar um parque zoológico na Murta

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