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Falta de apoios e de coordenação entre entidades preocupa associações de apoio social

Falta de apoios e de coordenação entre entidades preocupa associações de apoio social

Dirigentes falaram em Alverca dos problemas que os afectam no dia-a-dia

As preocupações foram levantadas num debate por vários dirigentes de Instituições Particulares de Solidariedade Social, que não tiveram medo de meter o dedo na ferida.

Falta de apoios estatais que permitam às instituições de apoio social do concelho de Vila Franca de Xira fazer face às despesas, má coordenação entre os diferentes organismos do Estado e elevada burocracia continuam a fazer do dia-a-dia das associações um inferno.Estas foram algumas das preocupações levantadas num debate em Alverca do Ribatejo por vários dirigentes de Instituições Particulares de Solidariedade Social, que não tiveram medo de meter o dedo na ferida. Manuel Martins, da Associação de Bem-Estar Infantil (ABEI) de Vila Franca de Xira, alertou para o facto dos Centros de Acolhimento Temporário não terem ainda todo o equipamento que precisam para funcionar em condições. “É preciso começar a aplicar o Serviço de Apoio Integrado na sua totalidade. Se alguém está num lar para morrer, então que morra com dignidade. Ter uma pessoa numa unidade e não lhe dar o cuidado que merece é estarmo-nos a enganar a nós próprios e aos que nos rodeiam”, lamentou. O responsável da ABEI disse ser triste que 70 por cento das pessoas abandonem os seus familiares nos lares e estruturas de apoio, defendeu a criação de novas Unidades de Cuidados Continuados e lembrou que não se podem meter os utentes na rua por não pagarem as mensalidades.Ana Maria Lima, presidente do conselho de administração da Fundação CEBI, explicou como a fundação investe cerca de 420 mil euros por ano para manter em funcionamento um departamento de intervenção social que apoia 800 pessoas com alimentos e roupas. “Fazemos tudo isto sem quaisquer acordos nem apoios com o Estado, apenas com parcerias privadas com entidades e empresas da nossa região”, lamentou.Os dirigentes falaram num encontro dedicado às políticas sociais com o líder socialista António Costa. Quiseram sobretudo saber se haverá mais dinheiro para ajudar essas associações que, defenderam muitos, acabam por fazer o trabalho que o Estado actualmente não faz. “Estamos num concelho solidário e de referência, orgulhamo-nos do trabalho que tem sido feito, mas hoje em dia 970 euros para apoiar um idoso em valência de lar é insuficiente. É impossível dar uma resposta digna por um valor desses”, criticou João Quítalo, presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira e presidente da ARIPSI - Associação de Reformados e Idosos da Póvoa de Santa Iria. “A maioria das pessoas são muito dependentes, operamos quase como um hospital de retaguarda”, lamentou.Na sessão usaram também da palavra Maria Eduarda, presidente da associação de reformados de Alverca, que alertou para os casos de gente idosa a passar fome. Maria Ribeiro, presidente da Associação Projecto Jovem, apelou à implementação de um plano de mobilidade eficaz para as pessoas com deficiência. Francisco Vaz, da Cáritas Portuguesa, defendeu uma maior ligação dos grupos de voluntariado social e Palmira Macedo, da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade, pediu mais acção social de proximidade.
Falta de apoios e de coordenação entre entidades preocupa associações de apoio social

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