O regulamento interno do Centro de Inovação Empresarial de Santarém (CIES), que em breve deve começar a funcionar nas antigas instalações da Escola Prática de Cavalaria (EPC), foi aprovado pelo executivo camarário com os votos favoráveis de PSD e com a abstenção do vereador da CDU, como já havia sucedido há dois anos quando foi votado o protocolo que deu origem a esse projecto. A grande novidade foi a mudança radical de sentido de voto do PS, que em Agosto de 2013, ainda no anterior mandato, votara contra o acordo entre o município e a associação empresarial Nersant, entidades promotoras da iniciativa, e que agora votou a favor.Desta vez os socialistas não levantaram reservas e o vereador Ricardo Segurado tentou clarificar o voto contra do PS no anterior mandato (apesar de na altura não integrar a vereação) referindo que o seu partido nunca foi contra o projecto. O que esteve em causa e motivou o voto contra dos dois vereadores socialistas em Agosto de 2013 prendeu-se com a localização do CIES no antigo quartel da Cavalaria, justificou Segurado na última reunião de câmara, com os principais dirigentes da Nersant na plateia. Já o seu camarada António Carmo, que há dois anos votou contra o protocolo entre a Câmara de Santarém e a Nersant, optou por não intervir. No entanto, a justificação dos socialistas não foi totalmente aceite pelo presidente da câmara. Ricardo Gonçalves (PSD) recordou que as reticências do PS em 2013 não se limitaram à localização do CIES. E recuperando o que O MIRANTE escreveu sobre o assunto verifica-se que os vereadores do PS à época (António Carmo e Ludgero Mendes) votaram contra também por não concordarem com a possibilidade de a Nersant, como entidade gestora do novo Centro de Inovação Empresarial, alugar a empresas espaços disponibilizados gratuitamente pelo município no antigo quartel. Nessa reunião, na declaração de voto do PS, o vereador Ludgero Mendes ressalvou que concordava com o protocolo e saudou a parceria entre a Câmara de Santarém e a Nersant, mas considerou que devia ser a autarquia, enquanto proprietária do imóvel, a ceder os espaços às empresas que ali se queiram instalar.Na altura estava-se a um mês das eleições autárquicas, com a temperatura política ao rubro e os partidos a jogarem os seus trunfos, mas essa argumentação entretanto saiu de cena e o PS diz que o que está em causa agora é o regulamento interno que vai definir os moldes de gestão do CIES, pelo que, “apesar da localização não ser a ideal”, Segurado desejou que o empreendimento seja “um sucesso”.O CIES vai ser gerido pela Nersant e funcionará como incubadora de empresas em instalações adaptadas para o efeito, tendo as obras sido comparticipadas em 85% por fundos da União Europeia. A Nersant fica responsável pelo pagamento do restante valor e assumirá também as despesas gerais de utilização do espaço, como água, luz e telecomunicações. Como contrapartida, a associação receberá o valor das rendas pelo aluguer dos espaços a empresas.