uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Folgazão Serafim das Neves

Depois do zumba e do zumba colors estão a chegar as noites brancas e é uma alegria na barraca das panelas, como se costumava dizer. O povo adere a estas iniciativas com o entusiasmo transbordante e a militância activa de quem subscreve um abaixo-assinado para salvar um rotweiller que matou uma criança à dentada ou acolhe centenas de refugiados sírios na sua página do facebook. A primeira vez que vi anunciada uma noite branca pensei que era uma daquelas noites brancas como em Madrid ou Barcelona com tudo aberto durante a noite, desde mercearias a museus com entradas à borla, transportes públicos a funcionar, cinema e concertos ao ar livre, famílias inteiras a passear e a comer gelados e churros. Cheio de entusiasmo jantei cedo, dormi um pouco para ter energia, tomei um duche e aperaltei-me de branco. Depois meti-me no carro e fui para o Entroncamento, cidade onde estava anunciada uma “grandiosa” noite branca com o DJ White.Quando cheguei pensei que me tinha enganado porque nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho. Ao fim de meia dúzia de voltas pelo centro comecei a ficar preocupado. Foi então que encontrei um largo com um palco vazio e percebi que noite branca já tinha acabado. Problemas de fusos horários, calculei eu. Voltei para casa e estive horas a ver filmes e séries na televisão. Com os três cafés que tinha metido no bucho nem a contar camelos eu conseguia adormecer. No dia seguinte fui aos facebooks e encontrei fotos da Noite Branca que nem sequer era branca porque havia mais pessoas às riscas ou de preto do que vestidas de branco. A multidão deveria ser superior a cinquenta ou sessenta pessoas. E havia algumas senhoras vestidas como se fossem para o zumba.“Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer”, dizia a minha avó. E o pessoal continua a seguir o conselho. Os malucos dos espanhóis é que andam a arruinar o cabedal com aquela mania de passarem uma noite por ano sem dormir. A privação do sono é tramada como explicam militantes comunistas que foram torturados pela polícia política antes do 25 de Abril. Ao menos aqui no nosso Ribatejo podemos fazer noites brancas todas as semanas que não nos vamos abaixo das canetas.Agora estou ansioso por que comece a chuva para ver o que se segue em termos de animação. A noite da gabardina? A mega aula de zumba guarda-chuva? A festa do cachecol preto? Voltando aos ditados populares, sempre ouvi dizer que quem canta seus males espanta mas acho que bem poderíamos mudar a coisa para um moderno, quem zumba deita a crise para a tumba. O que achas?Partilho a tua alegria por haver futebol no dia das eleições. E já não são três jogos mas quatro. Então andam por aí os candidatos semanas a fio a fazerem palhaçadas e outros números de circo e depois não nos queriam deixar ver uma boa futebolada para desenjoar? A Comissão Nacional de Eleições ficou chateada com a marcação dos jogos para o dia consagrado ao voto mas eu já estou como tu. Se aquela gente nunca disse nada por causa das missas nos dias de eleições porque é que agora se encanzina contra o futebol. Será que se encanzinavam menos se fosse ténis? E além disso o povo até já encaixou estas coisas da política no calendário desportivo nacional. O povo e os jornalistas. Um dia destes houve um debate na televisão e no fim andava tudo a perguntar o resultado. Acho que até houve um Tempo Extra especial, com o Rui Santos, para discutir os lances mais polémicos, as estratégias e a arbitragem.Saudações vitoriosas Manuel Serra d’Aire

Mais Notícias

    A carregar...