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O contributo dos lares privados para idosos/dependentes

O contributo dos lares privados para idosos/dependentes

Opinião
Monira Osman*O Estado e Sociedade Civil são protagonistas no quadro de competências necessárias para lidar com a problemática da terceira idade, do envelhecimento activo e, consequentemente, do idoso.Esta realidade constitui um desafio, um compromisso cujo propósito congrega diversos “atores” com vista a promover linhas de orientação, protocolos de intervenção e respostas sociais que procuram responder às necessidades do idoso e suas famílias. Esta estratégia é a nível nacional, obedece a determinados princípios mas visa (ou aspira), a um programa de apoio que resulte na congregação de esforços e dinâmicas institucionais públicas e privadas: Estado e Sociedade.Daqui, resultam estruturas, respostas, intervenções levadas a cabo por equipas multidisciplinares e especializadas: Lares de Idosos, Centros de Dia, Apoio ao Domicílio e UCCI’S. Estas estruturas, (nomeadamente os lares), monitorizam as necessidades, acompanham no dia-a-dia e apreciam as medidas implementadas com vista a uma melhor resposta, equidade, respeito pela pessoa humana, liberdade de escolha e autonomia do cidadão.Sempre observando princípios de referência para a justiça social e humanização dos cuidados a todos que deles dependem: com ou sem recursos. Todavia, no conjunto de respostas sociais ao Idoso, os Lares Privados, não obstante a sua natureza, (lucrativa), só podem encarar a sua actividade no âmbito social e de intervenção holística: promovem estilos de vida mais saudáveis, integrativos no grupo de referência, combatem o isolamento social e, sem dúvida, assumem a difícil tarefa que, muitas vezes, a família se demite de fazer: acompanhar e ajudar no dia-a-dia aquele que por si só já não se pode valer.É por isso que é importante informar que os lares (cuja missão é idêntica à das Ipss e Misericórdias), não beneficiam dos apoios que estes organismos têm. E tal como este para este grupo de instituições, também para nós é importante sentir que trabalhamos numa área social prioritária, com uma abordagem pragmática e centrada nas carências e necessidades do idoso. O diálogo institucional é desejável e impõe-se para que se quebre o monopólio sectorial flagrante e difícil de combater: o idoso sinalizado beneficia de um plano articulado de resposta social onde a cativação de recursos é automática mas, aquele que não estiver referenciado, depende (na maior parte das vezes), das cautelas que teve para assegurar a sua condição económica e familiar no momento. E este é o drama de muitos idosos, famílias e consequentemente de instituições privadas que, face aos pedidos que nos surgem, e pelo facto de nos serem vedados os apoios governamentais, não podemos dar acolhimento às solicitações que nos chegam.Está criado o contra-senso deste paradigma: a problemática do envelhecimento e as dificuldades inerentes a este fenómeno VS respostas institucionais existentes: Lares Privados, IPSS, Misericórdias. Todas reúnem critérios para a integração do idoso no seu equipamento mas onde o privilégio dos acordos e apoios governamentais são apenas extensíveis aos dois últimos. E não é por isso que providenciam melhores serviços que os privados, ou que pratiquem mensalidades mais baixas.Cumpre-nos informar à sociedade nesta questão, e ajudar na reflexão sobre os diversos desafios com que nos deparamos diariamente. Criar projectos sustentáveis e coerentes, também é nosso objectivo. Procuramos convergir para um equilíbrio de soluções práticas e coerentes que respondam e contribuam positivamente aos vários intervenientes nesta questão. Estamos sempre procurando soluções integradas e completas aliadas à competitividade e eficiência, que respondam, sempre que possível, enquanto prestadores de cuidados de primeira linha ao Idoso.* Directora Técnica do Lar e Repouso do Ribatejo - Santarém; Residencial Lar da Minha Mãe - Cartaxo e Psicóloga do Centro Clínico SAS
O contributo dos lares privados para idosos/dependentes

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