O período antes da ordem do dia nas reuniões do executivo da Câmara Municipal de Rio Maior é em boa parte ocupado pelo vereador comunista Augusto Figueiredo, que embora seja o único representante da CDU na vereação fala por dois ou três. A sua loquacidade é já uma imagem de marca mas nem sempre é bem acolhida pelos restantes elementos do executivo, por prolongarem demasiado as reuniões no tempo.Na última sessão, foi o vereador Carlos Nazaré (PS) quem deu o alerta, pedindo à presidente da câmara Isaura Morais (PSD) que faça cumprir o regimento no que toca ao tempo das intervenções dos eleitos. “Quando não se cumprem as regras é um problema. Se o regimento não serve, altere-se!”, afirmou Carlos Nazaré, referindo que “cada um de nós tem a sua actividade” e dando a entender com essa frase que certas intervenções não representam mais do que desperdício de tempo para quem as ouve.Com a devida distância, Augusto Figueiredo parece estar para as reuniões do executivo camarário de Rio Maior como estava o bardo Assurancetourix para a aldeia gaulesa de Astérix e Obélix. Todos simpatizavam com ele, mas poucos o queriam ouvir... Felizmente para o próprio, Figueiredo não acaba as reuniões de câmara amarrado e amordaçado, como essa personagem de banda desenhada no final de cada história.