O MIRANTE abordou o assunto na secção humorística “e-mails do outro mundo” e fez muito bem porque a questão só dá para rir. Efectivamente os eleitores que votam no círculo eleitoral de Santarém não elegem deputados que representem em exclusivo a região. Vendo bem, nem região há porque nesta altura o que existe é a Lezíria do Tejo e o Médio Tejo e não o Distrito de Santarém. Os nove deputados eleitos por este círculo eleitoral são mandatados para tratar dos assuntos do país em geral, tal como acontece com os restantes. Se um deputado eleito pelo círculo de Vila Real quiser tratar de assuntos de Santarém nada o impede. E o deputado até pode ser de Santarém e saber mais sobre a região do que alguns de Lisboa que são eleitos por este círculo eleitoral. Isto só muda quando os partidos, nomeadamente PSD e PS, quiserem criar os círculos uninominais. Seja como for a minha ideia é que não importam os nomes que estão nas listas pelo círculo de Santarém. São apenas corpos que se levantam, na altura das votações, de acordo com as instruções dadas pelos respectivos partidos, o mesmo acontecendo com as posições que tomam nas várias comissões. Mesmo que tenham ideias contrárias têm que seguir a regra da democracia e respeitar a vontade da maioria e eles estão em minoria. O que importa para os partidos, usando o tom humorístico dos “e-mails do outro mundo” é que os seus deputados tenham pernas fortes para se erguerem quando os mandam levantar na altura das votações ou braços fortes se se der o caso das votações serem por braço no ar. João Fernandes