Barrigada de riso
Ricardo Araújo Pereira foi a estrela do ciclo de conversas Criação e Linguagem, que teve lugar no fim-de-semana no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém. Perante casa cheia, o humorista conversou com o escritor e político Rui Tavares acerca de fazer humor sobre assuntos pesados ou trágicos, partindo do livro “O Bom Soldado Svejk”, sobre a 1ª Guerra Mundial. “O humorista vê o horror e interpõe entre si e aquilo uma distância que faz com que as pessoas consigam rir de um acontecimento trágico. Essa distância é uma espécie de anestesia para o coração”, explicou. O humorista abordou também a temática do riso e da morte: “Há o exemplo de um condenado à morte ir a rir entre a cela e o cadafalso. Todos nós sabemos que vamos morrer e vamos dando umas gargalhadas pelo caminho. A razão pela qual rimos é porque isso diminui a dimensão da morte”. Ricardo Araújo Pereira concluiu com uma tirada que deixou a plateia rendida: “Padres e humoristas estão no mesmo negócio, que é o da morte. O que eu vendo é menos medo e o que os padres vendem é mais medo. É por isso que não gostamos uns dos outros”. Pedro Costa
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