Descargas de suinicultura para terreno vizinho em Abrantes estão no Ministério Público
Proprietária de exploração de cabras apoiada pelo Estado desespera há seis anos por solução
O caso de descargas de uma suinicultura para um terreno vizinho, onde funciona um projecto do Programa de Desenvolvimento Rural - PRODER, do Ministério da Agricultura, de exploração de cabras em Marco, Alferrarede, concelho de Abrantes, está a ser investigado pelo Ministério Público. A proprietária da exploração, Ana Alves, sente-se desesperada com a situação que se arrasta há seis anos e diz que já lhe morreram animais devido à contaminação do pasto pelos dejectos dos suínos. O dono da suinicultura, Paulo Batista, contactado por O MIRANTE, preferiu não prestar declarações sobre o assunto. O comando distrital da PSP confirma que já recebeu várias queixas e recentemente, na sequência de mais uma alegada descarga das lagoas de dejectos da suinicultura, levantou um auto que foi enviado para o Ministério Público. A queixosa refere que entretanto já se deslocaram ao local, por indicação do Ministério Público, inspectores que estiveram a verificar uma conduta que dá para uma linha de água e a partir da qual serão feitas as descargas. Ana Alves diz que a situação ocorre sobretudo no Inverno quando chove muito e as lagoas dos detritos não aguentam mais capacidade. Ana Alves refere a O MIRANTE que por várias vezes já ficou com os terrenos, numa cota mais baixa que a suinicultura, completamente inundados e que um cavalo que tem na propriedade ficou atascado numa poça de lama. Sem água canalizada, a proprietária da exploração de cabras diz que tem uma mina de água contaminada e que ela e o filho já tiveram de ser hospitalizados por terem bebido aquela água. Ana Alves refere que gostaria de aumentar a exploração que neste momento é de meia centena de cabras mas que teme a morte de mais animais por comerem erva contaminada. A proprietária refere que quando suspeita de descargas tem de mantar os animais em cativeiro, o que aumenta os custos de alimentação com rações. Diz ainda que gostaria de cultivar o terreno mas que enquanto a situação não estiver resolvida não vale a pena. Ana Alves salienta que chegou a pedir ajuda à Câmara de Abrantes mas que a presidente lhe disse “que não podia fazer nada”. Esta é a segunda vez que o caso está no Ministério Público. O primeiro caso foi arquivado porque, refere Ana Alves, os inspectores do ambiente foram ao terreno muito tempo depois e em pleno Verão, quando não se registam descargas. A suinicultura chegou a estar autorizada a fazer descargas para as linhas de água em situações que o justificassem mas há cerca de dois anos que tal está proibido.
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