Antigo cinema de Aveiras de Cima não teve vistoria da protecção civil
Proprietária garante que ninguém a contactou relativamente a eventuais riscos que o edifício apresente
Presidente da junta de freguesia colocou a hipótese de se avançar com uma vistoria ao local em conjunto com a câmara e a protecção civil, mas até à data não se concretizou. A convicção geral é que o prédio degradado não oferece risco de ruína.
A proprietária do antigo cinema de Aveiras de Cima garante que nunca foi contactada pela protecção civil municipal por causa do estado que o edifício apresenta e que motivou já protestos e preocupações por parte de alguns populares. A O MIRANTE, Conceição Sousa, dona do imóvel situado no Largo dos Combatentes, garantiu que “nunca os proprietários foram contactados pela protecção civil municipal sobre o edifício em questão”.Recorde-se que o presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, António Torrão, havia dito ao nosso jornal que o proprietário já havia sido contactado pela protecção civil, mas o próprio vem agora afirmar que apenas interpretou que tal contacto tinha acontecido. “Depois de algumas vezes ter falado com o Comandante da Protecção Civil sobre este assunto, fiquei convencido que o mesmo teria falado com o proprietário, atendendo que é uma situação grave para a saúde pública, o que não veio a acontecer”, explicou.Contactado por O MIRANTE, Pedro Cardoso, comandante municipal operacional da protecção civil de Azambuja, confirma que não contactou com os proprietários do imóvel, mas que foi alertado para a situação do mesmo, “nomeadamente para a quantidade de ratos e para a presença de veneno ao alcance de crianças”. No entanto, garante que se deslocará ao local para uma vistoria, caso haja uma queixa de existência de perigo.Entretanto, António Torrão colocou já a hipótese de, dado o estado do edifício, se poder avançar com uma vistoria com a protecção civil e técnicos municipais, a fim de avaliar oficialmente do estado do mesmo, embora reitere que não há perigo estrutural.Noutro prisma, a proprietária revela abertura para negociar com a Câmara de Azambuja a eventual venda do edifício, dado que os planos de fazer “um bloco de apartamentos que integrasse uma pequena sala de cinema de modo a poder perpetrar a obra do meu avô e a memória do local” não são possíveis de concretizar devido ao contexto económico do país. Esta seria uma forma de impedir o avançar da degradação do edifício. Conceição Sousa explica que o anterior executivo camarário de Azambuja, então liderado por Joaquim Ramos, manifestou intenção de comprar o edifício, mas que, tal como o actual, nada foi avançado. E diz que a Junta de Freguesia de Aveiras de Cima nunca antes mostrou qualquer interesse no assunto junto dos proprietários do imóvel.A proprietária explicou ainda que não fez qualquer desratização no local. No entanto, a mesma foi feita, não se sabe por quem, tendo sido deixado veneno ao alcance de crianças, que o próprio presidente de junta se encarregou de remover.
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