Tribunal manda recolher ADN de Salgueiro Maia para teste de paternidade
O MIRANTE tinha revelado há dois anos a possibilidade do herói do 25 de Abril ter um filho
Os restos mortais do herói da revolução do 25 de Abril, Salgueiro Maia, foram exumados para recolha de ADN com vista à execução de testes para se determinar se um luso-americano é filho do capitão de Abril. O aparecimento de um possível filho de Salgueiro Maia foi revelado em primeira mão, em Setembro de 2013, por O MIRANTE, quando o jovem, que reclama ser seu filho, entrou com um processo de reconhecimento de paternidade na justiça portuguesa. Os peritos chamados pelo tribunal recolheram as amostras em Castelo de Vide, onde o militar está sepultado. A recolha de ADN foi determinada pela secção de Família e Menores do Tribunal da Comarca de Santarém, para onde foi transferido o processo no ano passado, com a reforma do mapa judiciário. Antes, o processo estava num antigo juízo cível, desde 20 de Agosto de 2013. Para desvendar o caso é determinante o resultado dos testes, apesar de terem sido chamados ao processo a viúva do capitão de Abril, Natércia Maia e os dois filhos adoptivos do casal Maia. A mãe do jovem, uma açoriana, é outra das requeridas no processo e passará também por ela grande parte do desvendar deste caso até há pouco escondido.O jovem em causa, actualmente com 30 anos, vive nos Estados Unidos da América para onde a família materna emigrou e, segundo uma pessoa próxima da família, nem sequer fala português. O luso-americano, que tem parecenças físicas com o capitão de Abril, tinha o apelido de um outro homem e entretanto na América desenvolveu um processo para mudar de nome. No caso que está no tribunal português aparece já identificado com os apelidos Salgueiro Maia. A história tem como palco os Açores onde o herói da revolução, que saiu com uma coluna militar da Escola Prática de Cavalaria de Santarém para ajudar a derrubar o regime ditatorial em Lisboa, esteve colocado após o 25 de Abril. Foi no arquipélago que terá conhecido a mãe do rapaz, pertencente a uma conhecida família açoriana. Os dois terão tido contacto também em Lisboa, onde familiares da açoriana tinham residência. Até agora nunca tinha sido colocada a possibilidade de Salgueiro Maia, que saiu com uma coluna da Escola Prática de Cavalaria para derrubar o regime ditatorial, ter deixado descendência.Atendendo à idade do jovem, o seu nascimento ocorreu numa altura em que Salgueiro Maia se encontrava em funções em Santarém, depois de ter saído dos Açores em 1979. A partir desse ano exerceu funções de comandante do Presídio Militar de Santarém. Em 1989 foi-lhe diagnosticado um cancro e veio a morrer em 4 de Abril de 1992.
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