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2016

Sabemos e sentimos que são graves os problemas que vive a família humana. Uma profunda ignorância e indiferença individual atravessa as comunidades e torna-as doentes e pouco solidárias.

Acabámos de viver esta meia dúzia de dias, entre o Natal e o Ano Novo, em que todos depositamos enormes expetativas. E agora? O que fazer entre o Ano Novo e o Natal? Este Natal a vida convidou-me a mudar alguma coisa, não resisti e fui atrás, tentei fazer algo que me fosse útil no tal longo período do Ano Novo ao Natal, para além de comprar o Borda d’ Água.Com todo o simbolismo que isso possa ter, o efeito transformador de umas dezenas de quilómetros com uma mochila às costas, o sentir o ar do campo e a visão de magníficas paisagens, imbuído de uma tradição, de uma memória e de uma carga emocional que se perdem nos séculos, no passado dia 31 cheguei a Santiago de Compostela a pé. Uma experiência gratificante que pontualmente tem iluminado e transformado a minha existência. Cada um de nós tem os seus elixires, a sua forma de carregar baterias e de compreender o sentido da vida. Não importa a forma, às vezes não é preciso sair de casa como eu faço, basta encontrar uma forma singela de viver e de se relacionar, fraternalmente, no trabalho, em casa, com a família, com os amigos e com os vizinhos; mesmo que, por vezes, a vida supostamente nos pregue partidas. Cinco dias de caminhada, cinco jornadas como contributo para a mudança. O cinco corresponde ao Pentagrama, a estrela de 5 pontas, que representa o Homem diante do Universo, a versatilidade através da busca de liberdade para nos lançarmos em direção a novas oportunidades, simboliza a revolução sem a qual a transformação e a evolução não serão possíveis. É o número da transformação. Mas há mais, muito mais. Independentemente de sermos ou não crentes, neste início de um novo ano um novo ciclo se inicia, com a devida gratidão a todos os bens que usamos e vivemos. Gratidão a tudo o que devemos valorizar, à Terra que nos dá a vida (ar, água, solo…), aos alimentos, a todos os que nos prestam serviços, aos amigos e à família. Sabemos e sentimos que são graves os problemas que vive a família humana. Uma profunda ignorância e indiferença individual atravessa as comunidades e torna-as doentes e pouco solidárias. Para contrariar esta doença estamos convocados a semear a paz unidos numa gratidão de amor universal sobre a vida de cada dia, como humildes e simples. O que posso oferecer?Ofereço-vos os meus objetivos para 2016, as atitudes a que vou estar mais atento e que trabalharei particularmente durante este ano como forma de as tornar numa prática persistente de paz e bem para o que vivo e me rodeia. Antes de concluir, devo confessar-vos que ultimamente têm sido particularmente importantes para mim os meus vizinhos, a eles em especial, direciono as palavras de força do ano: perdão, gratidão, misericórdia. Perdão, como forma de libertação. Gratidão, agradecer a vida todos os dias. Misericórdia, como o poder do serviço, da compaixão e do amor universal.Carlos A Cupeto

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