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Autarca de Vila Franca de Xira diz que “não havia razões” para privatizar Valorsul

Presidente do município diz ter a “relação possível” com a nova administração da empresa

Município vilafranquense tem 4,61 por cento da Valorsul, empresa detida pela Empresa Geral de Fomento, cuja totalidade do capital foi vendida ao consórcio SUMA, liderado pela Mota-Engil.

A Valorsul era uma empresa reconhecida a nível nacional como sendo uma dos melhores no seu campo, rentável, e por isso não havia razões para a privatizar e alterar o seu funcionamento. A opinião é de Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira.O autarca é um dos que se opõe ao processo de privatização da empresa, responsável pela valorização e tratamento de resíduos urbanos em 19 municípios, e disse a O MIRANTE, à margem de uma das últimas reuniões de câmara, que já reuniu com a empresa que ganhou a privatização - o consórcio SUMA, liderado pela Mota-Engil - no sentido de “acautelar os direitos dos trabalhadores” e as boas relações que devem continuar a ser mantidas com os municípios associados. “Continuamos a reivindicar a não privatização ou um acordo onde os municípios sejam maioritários no seu capital. A relação que temos tido com a nova administração é a possível, num quadro que é aquele que não desejamos”, lamenta. O autarca assegura que tem procurado estabelecer “pontos de equilíbrio” para que tudo funcione da melhor forma. Acredita que o novo Governo, também socialista, deve encontrar “as soluções adequadas” para devolver os benefícios às populações, que faziam parte da matriz base da Valorsul.Em causa, recorde-se, está o processo de alienação da totalidade do capital estatal da Empresa Geral de Fomento (EGF), detentora da maioria do capital da Valorsul, empresa que recolhe, transporta, trata e valoriza os resíduos urbanos de onze sistemas multimunicipais da zona Oeste e Lisboa e Vale do Tejo. Este é um processo que tem sido muito contestado pelos municípios, inclusive a nível judicial, onde ainda correm termos. Numa moção, aprovada em reunião de câmara com a abstenção da Coligação Novo Rumo, a autarquia considerava que a venda da empresa pública não acautelava os interesses e os direitos dos municípios que são também donos da Valorsul. Vila Franca de Xira tem 4,61 por cento da empresa. Alberto Mesquita, presidente do município, considerou na moção que a privatização abriu portas a interesses empresariais privados cujo único objectivo é o lucro, acabando por penalizar os munícipes com aumentos nas tarifas praticadas, que são actualmente das mais baixas do país. “Não se vislumbram razões de ordem técnica ou financeira para esta alienação, porque as empresas detidas pela EGF estão técnica e economicamente saudáveis e cumprem as suas funções de serviço público”, notou. Com a privatização da EGF o Estado espera encaixar 170 milhões de euros. Actualmente a Valorsul trata 950 mil toneladas de resíduos urbanos por ano.

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