Demolir viaduto sem saída entre o Forte da Casa e a Póvoa não é a melhor decisão
Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira admite que é preciso estudar-se outras opções
Mancha visual na Estrada dos Caniços continua sem solução à vista. Situação ficou ainda mais complicada com a revogação e declaração de nulidade do loteamento da terceira e quarta fases do Forte da Casa.
A longa novela que envolve a construção do viaduto dos Caniços, que une as freguesias do Forte da Casa e da Póvoa de Santa Iria mas que nunca entrou em funcionamento, conhece agora novo capítulo, com Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, a admitir que demolir a estrutura pode ser má ideia.O autarca admite que a câmara, neste momento, não pode intervir na estrutura porque esta não é sua propriedade. “Não gosto de ver o viaduto ali e da forma como está. Tenho olhado e pensado o que se poderá fazer naquele viaduto. Demolir depois de fazer o investimento que se fez talvez não seja a melhor decisão, talvez consigamos encontrar uma solução adequada em termos de acessibilidades, encontrar outra solução de aproveitamento daquele viaduto”, confessou o autarca, à margem de uma das últimas reuniões de câmara. Alberto Mesquita diz mesmo que “existe a obrigação” de rentabilizar o investimento que foi feito naquele local. Como, isso é que não se sabe. O viaduto, recorde-se, está ainda na posse da empresa promotora da obra, do falecido empresário José Maria Duarte Júnior e cujos herdeiros renunciaram à herança. O viaduto deveria ter passado para a posse da câmara quando avançasse o loteamento da terceira e quarta fases do Forte da Casa, projecto que entretanto caiu e cujo alvará foi revogado e declarada a sua nulidade em reunião de câmara. O viaduto sem saída custou dois milhões de euros ao promotor e nunca serviu um único automobilista, apesar de estar pronto há quase quinze anos. Foi construído com um dos pilares mergulhados na ribeira dos Caniços e tem duas saídas com rampas íngremes que mereceram a censura do Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Foi erguido em terrenos classificados como Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional. Em 2008 chegou a ser falada a possibilidade da sua demolição, obra que rondaria os 100 mil euros, mas a autorização escrita do proprietário para que os trabalhos se realizassem nunca chegou.
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