Ivo Delgado, 43 anos, não escolheu trabalhar com o ferro e chegou mesmo a dizer que nunca lhe passaria pela cabeça entrar na área onde o pai e o irmão já estavam estabelecidos. Por isso, perseguiu o seu sonho e tirou o curso de mesa e bar na escola hoteleira do sector alimentar na Pontinha. Concretizou o sonho de trabalhar na área. “Não escolhi esta profissão, vim atrás do meu pai e irmão que estão no ramo. A minha área é hotelaria, tirei o curso de mesa e bar, e cheguei a ser o melhor aluno de sempre da escola, com 20 valores. Trabalhei uns anos no ramo, no Hotel Pullman, que hoje é o Sofitel, em Lisboa. Estive também no restaurante da TVI e depois, em 1995, iniciámos actividade aqui, juntando-me a eles na parte comercial. Comecei do zero, acabei por ficar e já cá estou há 20 anos”, resumiu.Decidiu abraçar o desafio após muita insistência e não se mostra nada arrependido. “Tenho saudades do ramo anterior, do convívio com o cliente, o que se tem também aqui mas de forma diferente. Ficar aqui foi uma opção, tem coisas boas e coisas más. A nível profissional, tenho o mesmo empenho e dedicação que dedicava ao outro ramo. Este projecto foi ambicioso, porque comecei do nada, sem saber nada. Já antes me tinham tentado trazer para a área mas disse sempre que não. A última coisa que queria fazer na vida era trabalhar em ferro, não gostava. A minha imagem era estar bem vestido, apresentado, conviver com os clientes a toda a hora e acabou por ser um choque, uma transformação total e levou-me a querer ser o melhor aqui também”, confessa.Ivo dá-se por satisfeito pela forma como o negócio decorre, afirmando mesmo que não conheceu a crise, pois fruto do trabalho e alguma sorte, “que se procura”, quando o país entrou em crise, muitos dos clientes internacionalizaram-se e levaram a Delgometal atrás, tendo a empresa crescido com trabalho em ferro, sobretudo na área das telecomunicações, o negócio central da empresa. “A nossa principal preocupação é a qualidade, o nosso lema que, juntamente com a prontidão, são os nossos cartões de visita e através dos quais conseguimos estar bem implantados. Nunca nos baseamos no preço, mas sim na qualidade, tentando conjugar as duas vertentes. Trouxe isso e como sou praticamente o relações públicas, porque sou eu que dou a cara, faço questão dessa qualidade”, afirmou.Casado e com duas filhas, uma com três anos e outra com 11, “que vai ser advogada quase de certeza”, Ivo dedica cerca de 12 horas por dia à empresa, mas os tempos livres, ao fim-de-semana, são inteiramente dedicados às suas duas paixões: a família e o futebol.“Os tempos livres são ocupados com bola. Vejo e jogo futebol com amigos. Fui federado vários anos, joguei no Vialonga, no Póvoa, no Alhandra, e fiz um ano de sénior, mas depois tive de deixar porque tenho de estar aqui pelo menos 12 horas por dia. O resto é família. Jogo futebol ao domingo de manhã e depois é só família. Sou sportinguista, não falho um jogo em casa. Seja a ganhar ou a perder, estou lá sempre, tenho gamebox fundador, mas não sei se é este ano que somos campeões”, concluiu.