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Ambiente em Portugal

A famigerada crise associada à epidémica austeridade, nestes temas do ambiente, só pode significar oportunidade. Não há alternativa a usarmos melhor os sempre escassos recursos e a produzirmos menos lixo, na essência tudo se resume a estas duas questões.

Há mais de duas dezenas de anos que escrevo regularmente nos melhores jornais do mundo (desculpem-me a imodéstia mas os jornais que me acolhem são mesmo os melhores do mundo e os seus leitores incomparavelmente excelentes) sobre os temas que me são caros, essencialmente o ambiente. Neste tempo poucos terão sido os momentos de acalmia como a que se vive por estes dias. Confesso que este silêncio ensurdecedor, a fazer crer que nada acontece, me deixa com os cabelos em pé e muito desconfiado. Tal como nas boas películas que nos prendem à tela suspeito que esta acalmia não anuncia coisa boa.A famigerada crise associada à epidémica austeridade, nestes temas do ambiente, só pode significar oportunidade. Não há alternativa a usarmos melhor os sempre escassos recursos e a produzirmos menos lixo, na essência tudo se resume a estas duas questões. A sermos mais eficazes na utilização dos recursos. Só assim poderemos aspirar a maior riqueza, não há outro caminho mesmo que nos contem outras histórias. É assim nas empresas, na casa das pessoas e na vida de cada um de nós. No que me toca imaginem que até redescobri como é bom almoçar todos os dias no refeitório e pensar nas aulas de ioga de forma a evitar a deslocação de automóvel.Durante os últimos anos o que nos propuseram foi essencialmente o campo, via economia verde. Como estamos habituados, quando este Governo chegou disse-nos “nada disso”, a nossa aposta são as cidades. Como qualquer um compreende, seja o que for, com esta volatilidade de opções estratégicas nada pode dar os resultados que deve. Normalmente ficamos a meio, aposta-se, investe-se e os resultados não se sentem, até porque quem chega de novo explica-nos que o que vinha sendo feito estava errado. Triste sina. O pior de tudo é que esta desastrosa prática é cultural e generaliza-se a todos os setores.Antes de voltar ao “silêncio ambiental” devo confessar que muito pouca televisão vejo e que a leitura de jornais também não tem sido o meu forte. Apesar disso, muito recentemente, dei por uma preocupante notícia sobre a qual não senti grande preocupação oficial em Portugal. O Conselho de Segurança Nuclear de Espanha (CSNE) registou falhas no sistema de refrigeração na central nuclear de Almaraz (Cáceres); concluindo que não há “suficientes garantias” que o sistema de segurança possa funcionar com normalidade. Almaraz é aqui ao lado, no Tejo, não fazemos ideia do risco exato que encerram estas palavras do CSNE mas sabemos que isto é muito grave. Se juntarmos a gravidade de por cá pouco se ter dito, e de já ter passado, está tudo dito; o meu desconfiar do silêncio está justificado. A conclusão fica para cada leitor.Carlos Cupeto

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