
Novos donos da pedreira de Vialonga prometem impactos reduzidos
Empresa pretende criar até duas dezenas de postos de trabalho
Empresários que vão explorar a pedreira de Santa Eulália garantem uma via directa de contacto com a população das zonas próximas da exploração. Há também a garantia que o espaço não vai servir como aterro de lixos urbanos nem de obras.
A empresa Bucelbritas, nova proprietária da pedreira de Santa Eulália em Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira, promete que a exploração daquela unidade vai comportar impactos reduzidos na comunidade e assegura que os explosivos utilizados “não têm nada a ver” com os que eram usados no passado.“O modo como vamos extrair os produtos é diferente do que era no passado, temos técnicas diferentes e explosivos de intensidade muito menor. Queremos ter uma boa relação com a comunidade e por isso tudo faremos para ter ali impactos reduzidos naquela exploração. Isso é ponto de honra”, garante fonte oficial da empresa a O MIRANTE. A garantia é deixada depois de vários moradores do parque residencial terem confessado algumas preocupações face ao retomar da exploração. “As reservas de pedra ali existentes já não são muito grandes. Vamos fazer tudo para não prejudicar as populações, vamos estar sempre presentes para ouvir quem precisar e não há qualquer razão para alarme”, garante a empresa. A pedreira ainda não entrou em funcionamento mas a empresa espera que isso venha a acontecer nos próximos meses. A escritura de compra do espaço à Solvay foi fechada na quinta-feira, 4 de Fevereiro, e o valor do negócio não foi divulgado. A Bucelbritas emprega 22 trabalhadores mas tem projectos para a pedreira de Vialonga que podem vir a dar emprego a outras duas dezenas de pessoas. Tudo dependerá da evolução de um conjunto de projectos que em breve serão discutidos na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. A empresa não esclarece, para já, de que projectos se tratam. “Esperamos vir a manter com o município uma boa relação de cooperação em que toda a gente possa sair beneficiada. Aquela é uma zona muito carente de empregabilidade e nós queremos ser uma mais-valia”, assegura a empresa. Uma certeza, garante a mesma fonte, é que o espaço não vai servir de aterro, nem de lixos urbanos nem de quaisquer outros resíduos de obras ou construções.Camiões não vão aumentarA propósito da passagem de camiões pelo centro da aldeia de Santa Cruz, Vialonga, a empresa assegura que esse número “não vai aumentar” e mostra abertura para dialogar com a população. “Foi inclusivamente a nossa empresa a pagar a construção da estrada entre Santa Eulália e Santa Cruz precisamente para reduzir os impactos que os camiões pudessem causar na zona”, explica a empresa. Na última semana, recorde-se, vários moradores e autarcas queixaram-se de um acréscimo de passagem de camiões na aldeia, situação que a empresa nega. “A pedreira ainda não está a ser explorada, logo não houve qualquer aumento de tráfego na zona”, assegura.As explicações da SolvayReagindo às recentes notícias de O MIRANTE sobre a questão da pedreira de Vialonga, e das queixas dos moradores de Santa Cruz face à passagem de camiões na zona, a Solvay esclarece que nada tem a ver com a passagem de camiões naquela aldeia, visto que desde meados de 2014 que terminou a extracção de calcário na pedreira. “De então até hoje a pedreira permaneceu fechada, sem pessoal, sem qualquer movimento assinalável e com o seu único acesso bloqueado por uma cancela fechada a cadeado. Haverá que procurar junto de outros operadores a responsabilidade por esse impacto”, informa. A Solvay esclarece também que a exploração da pedreira em Vialonga data de 1942, e não da década de 1990, como noticiámos. “Os povoados aproximaram-se tanto do perímetro da concessão mineira de calcário que, sobretudo depois do 25 de Abril, chegaram a ser feitas construções de casas clandestinas sobre os próprios marcos de delimitação da propriedade”, informa. A empresa diz ainda que sempre tentou responder às queixas dos moradores da zona enquanto explorava aquela pedreira, quer instalando sismógrafos, reduzindo a potência dos rebentamentos ao mínimo, evitando circular dentro da localidade com os camiões e instalando estações de lavagem obrigatórias dos rodados à saída da pedreira.A Solvay rectifica também duas informações avançadas por O MIRANTEna sua edição de 28 de Janeiro e que não estavam correctas. Uma dizendo respeito a uma manifestação de moradores, em 2006, que se realizou não na pedreira mas sim nos estaleiros da H.J. Reis. E uma outra, garantindo que o acidente envolvendo uma explosão e um trabalhador, em 2012, teve lugar sim na pedreira da Alves Ribeiro, na Verdelha, e não em Santa Eulália, como referimos.

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