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Ceia da Silva diz que não quer tanta política nas regiões de turismo

Ceia da Silva diz que não quer tanta política nas regiões de turismo

O presidente da Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo foi a Rio Maior e a Salvaterra de Magos elogiar o trabalho das autarquias na promoção do seu território e das tradições ribatejanas e criticou eventuais mexidas, por razões políticas, nas entidades regionais de turismo. Para Ceia da Silva, o futuro do turismo do Ribatejo é seguir o melhor que tem sido feito no Alentejo e continuar a olhar para os melhores exemplos da vizinha Espanha.

O presidente da Entidade Regional de Turismo do Ribatejo, António Ceia da Silva, foi a Salvaterra de Magos à apresentação do Mês da Enguia elogiar o trabalho dos autarcas e da sociedade civil na dinamização da indústria do turismo no Ribatejo, a exemplo do que já tinha feito uma dia antes em Rio Maior na apresentação das Tasquinhas 2016. O anúncio de que as regiões de turismo podem vir a integrar as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) já está a causar amargos de boca aos dirigentes. “As reformas administrativas do Estado são sempre no interior e não naqueles mega edifícios de Lisboa onde trabalham milhares de funcionários. É mais fácil irem para as televisões dizer que acabaram com cinco entidades de turismo. Conheço bem a organização das CCDR e uma das suas funções é gerir os fundos estruturais. Nesta altura esses organismos já estão com três anos de atraso no seu trabalho e não sabemos quando vão começar a sério. Se houver integração, do ponto de vista técnico, é um verdadeiro disparate”, afirmou num discurso onde começou por elogiar os autarcas e todos os agentes de turismo do Ribatejo que trabalham no terreno.“O anúncio sobre as mudanças está previsto para daqui a dois anos mas eu não me calo desde já. E falo com conhecimento de causa. Os jovens estudantes estão a seguir cursos ligados ao turismo e esse é o maior sinal de mudança na sociedade portuguesa. É com os jovens que se faz o futuro. Nos últimos dez anos houve mudanças profundas no sector do turismo. Os turistas também mudaram. Já vi aqui pessoas com telemóveis a fazerem fotos que podem ser vistas imediatamente na Austrália ou na Nova Zelândia”, afirmou. E acrescentou: “A grande maioria dos turistas vê imagens dos destinos que escolhem antes de viajar. Nesta zona do Ribatejo há um problema que é a falta de alojamento. Sabemos que estamos próximos de Lisboa mas isso não chega; temos que criar uma dinâmica à volta da gastronomia. Há projectos interessantíssimos para o Escaroupim. É possível construir aqui infraestruturas diferenciadoras”. Ceia da Silva contou histórias sobre o seu trabalho como presidente do Turismo do Ribatejo e Alentejo, fez elogios às entidades e personalidades que estavam presentes, tanto em Rio Maior como em Salvaterra, mas nunca largou o tema do futuro quanto ao desenvolvimento do turismo no Ribatejo. “Quando comecei a trabalhar no Alentejo havia um único hotel de cinco estrelas e hoje existem dez. Foram investidos 364 milhões de euros. No Alentejo 60 por cento dos investimentos foram na área do turismo e é o que queremos fazer no Ribatejo, mas para isso é preciso estratégia e não gente que desiste e muda tudo só porque mudam as cores políticas no Governo”, disse.O responsável voltou a considerar prioritário identificar as receitas gastronómicas da região para que não se percam, bem como certificar os restaurantes e criar um guia certificado dos restaurantes. “É preciso trabalhar com todos para que não fique nenhum restaurante de fora. Não existe nenhum custo para os restaurantes, apenas têm que cumprir algumas regras como ter vinhos da região, por exemplo. O que já fizemos no Alentejo tem que ser um exemplo a seguir no Ribatejo. No final de 2016 queremos ter pronto o Guia dos Restaurantes ribatejanos”.Ceia da Silva disse ainda que se está a trabalhar para que a falcoaria seja património imaterial da humanidade ainda este ano. “O processo já foi iniciado e neste momento estamos a fazer pressão política, que é isso que nos compete fazer com a ajuda do sector e dos agentes regionais”. Reconheceu ainda ter uma boa relação política com alguns membros do actual Governo, nomeadamente o secretário de Estado das Autarquias Locais, mas insistiu em dar exemplos para provar que na política tem que haver a regra do bom senso. Como exemplo referiu as políticas de turismo da vizinha Espanha e citou a Andaluzia como marca e exemplo daquilo que temos obrigação de fazer em Portugal.
Ceia da Silva diz que não quer tanta política nas regiões de turismo

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